Nenhum dos sete clubes vencedores da primeira rodada ganhou seu segundo jogo. Os melhores foram Fluminense, Atlético-MG e Santa Cruz, capazes de somar um ponto e alcançar a liderança da tabela, com uma vitória e um empate.
Desde que o Brasileirão passou a ser jogado em pontos corridos e em 38 rodadas, só dois campeões começaram a campanha com 100% nas duas primeiras semanas – o Corinthians de 2011 e o de 2015.
Não é um defeito do campeonato, mas sua maior qualidade. O São Paulo é um time muito mais sólido na Libertadores. Disputa o mata-mata como se faz. Ganha em casa, empata ou perde com gol qualificado fora. O Brasileirão exige mais vitórias em qualquer lugar.
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O campeão brasileiro quase nunca vence seus dois primeiros jogos. Mas sempre tem o melhor aproveitamento tanto em casa quanto fora. É assim desde 2012.
Parece contraditório pensar que o campeão sofre muito e isso justifica não haver ninguém com seis pontos depois de duas rodadas. E que, por outro lado, paga caro quem não tem desempenho semelhante no seu estádio e na casa do rival.
Não é contradição. O campeão vai aparecer, mas a história indica que não será tão cedo.
Nem mesmo o Corinthians de 2011, o melhor início com sete pontos de vantagem depois de dez rodadas, oferecia a segurança de pensar na taça antes da hora. Perdeu os sete pontos de frente e, na 25ª partida, estava em quarto lugar. Terminou campeão, sofrendo.
O São Paulo esteve perto de assumir a liderança ontem, com seis pontos, depois de empatar contra o Inter com gol de Lugano. Calleri teve chance de fazer 2 x 1, antes do contra-ataque de William resultar no gol de Sasha.
Há características perigosas no time de Bauza para os pontos corridos. Depende demais das bolas paradas –40 gols no ano, 17 de faltas ou escanteios. Oferece espaço de sobra nas costas dos laterais e o segundo gol do Inter evidencia isso. As bolas altas são um caos.
O Palmeiras, brilhante na estreia, também sofreu nas costas dos laterais. Egídio marcou mal contra a Ponte Preta, em Campinas, e o segundo gol aconteceu no setor que deveria ser protegido por Jean, na direita.
Muita gente aponta o Palmeiras como candidato ao título ""esta coluna também. Não seria em nenhum outro torneio do planeta. Desde 2009, o clube não termina o Brasileirão acima do nono lugar. Por que poderia saltar de nono colocado para dono da taça em apenas um ano? Por causa de um elenco forte e do técnico Cuca.
Mas devagar com o andor. Nem o Palmeiras era campeão por vencer o Atlético-PR, nem deixa de ser candidato por perder em Campinas.
Incrível é saber que um campeonato tão imprevisível carrega mais críticas do que elogios durante toda a temporada. O Brasileirão é incrível e só não é mais espetacular por causa do êxodo somado à absurda incompetência dos clubes para manterem trabalhos com começo, meio e fim.
Taticamente as duas primeiras rodadas também mostraram mais variedade do que nos anos passados. O Corinthians saiu do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, o Flamengo adotou ontem o 4-4-2 com duas linhas de quatro homens, o Palmeiras varia dentro da partida e pode apresentar um 3-4-3 nos próximos jogos.
Os gols também reapareceram na segunda rodada.
SEM TABU
No Brasileirão, o Corinthians só tinha perdido uma vez no Barradão, em Salvador, em seu primeiro jogo lá, um 2 a 0 para os baianos, em 1996. O início corintiano em 2016 não é bom, mas houve boa notícia na Bahia: Guilherme jogou bem.
EM GUERRA
O Flamengo continua discutindo por qual motivo o peruano Paolo Guerrero não faz gol. E muita gente pensa que o melhor caminho é rifar o centroavante. Seria mais um erro de um clube que não consegue ter um time sólido há anos.