“Vaidade de vaidades, diz o Pregador. Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade”. Além do Eclesiastes, temos também a fala final do Diabo, personagem de Al Pacino, no filme “O advogado do Diabo”: “Vaidade, definitivamente meu pecado favorito”.
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Alguém com o poder de Alexandre de Moraes acaba se cercando só de bajuladores, pois todos têm medo de fazer críticas duras, de “tocar a real”. A própria imprensa tem aplaudido seu abuso de poder, pois mira basicamente em “bolsonaristas”. Alexandre se fechou numa bolha.
Quando, então, o desembargador aposentado Sebastião Coelho, homem de coragem, disse em sua cara – e na cara do Brasil todo – que os ministros do STF eram “as pessoas mais odiadas do país”, isso foi uma bomba. E Alexandre parece ter reagido com o fígado mais do que com a cabeça.
Rebatendo o desembargador, que atuava como advogado do réu, Alexandre disse que uma minoria extremista odeia o STF, enquanto a maioria defendia a atuação dos ministros supremos, e deu a seguinte “prova” disso: basta ver o resultado das urnas!
Não vou entrar na questão da transparência desses resultados, se são ou não confiáveis, até porque o tema virou tabu imposto pelo TSE, ou sequer no aspecto do 7 de setembro lulista totalmente às moscas, esvaziado, enquanto Bolsonaro arrastava multidões. O que o ministro quis dizer com isso?
Ora, Alexandre confessa, como fez seu colega Barroso, que o STF tinha um candidato, um partido preferido? O STF, como sabemos, não recebe votos. Logo, os votos recebidos por Lula são sinônimo de votos de confiança na atuação do Supremo?
Essa confissão é simplesmente bizarra! Os ministros supremos admitem à luz do dia que tinham um candidato, que “derrotaram Bolsonaro”. Deixando de lado a insanidade de tal confissão e a consequente cara de paisagem da mídia e dos nossos juristas ou da OAB, cabe perguntar: então os quase 60 milhões de votos que Bolsonaro recebeu foram dos quem não confiam no STF? Se for o caso, isso está longe de ser uma minoria insignificante, não é mesmo? A matemática alexandrina é um tanto esquisita…
A democracia brasileira está morta, eis a triste realidade. E certamente não é a ampla maioria que aprova essa transformação do STF num partido político. Tanto que nem o presidente nem os ministros supremos aceitariam o “teste das ruas”, preferindo se proteger atrás do “jornalismo” alinhado ou das urnas eletrônicas.
Na “democracia relativa” do lulismo, só não há espaço mesmo para o povo. Esse tem que aceitar calado essas narrativas estranhas, ou arcar com as consequências que nem marginais perigosos enfrentam. Afinal, Alexandre condenou um manifestante a 17 anos de prisão, enquanto traficantes acabam soltos pelo mesmo STF. Está tudo invertido no Brasil hoje…