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CO² emitido via Cerrado é subestimado
25/12/2007 - Eduardo Geraque - Folha de S.Paulo

Enquanto o mundo discute a salvação das florestas tropicais, no Brasil, o Cerrado continua cada vez mais ocupado por monoculturas como a soja e a cana, além da pecuária. Cálculos feitos pela UnB (Universidade de Brasília) mostram que as emissões de carbono desse bioma é bastante significativa: 35%, pelo menos, do que emite a Amazônia. O maior vilão deste processo é justamente a velocidade na mudança no uso do solo.

Para chegar a essa taxa, Mercedes Bustamante e colegas determinaram um período de 20 anos e compararam o que ocorreria entre um hectare de floresta e um de savana. ¨Enquanto o Cerrado emitiria importantes 220 toneladas de carbono equivalente por hectare, no período estudado, a Amazônia emitiria 620 toneladas¨, disse Bustamante à Folha. Os números, que serão publicados em breve, são inéditos para a comunidade científica.

Para a bióloga da UnB, não há dúvida de que a participação do cerrado nas emissões brasileiras ainda está subestimada. Ainda mais porque o bioma, que ocupa 24% da área do Brasil, tem aproximadamente 40% do seu ambiente natural já alterado.


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¨A mudança no uso da terra é muito mais rápida no cerrado do que na floresta tropical¨, afirma Bustamante. Essa história da transformação do ecossistema é relativamente recente. Tudo começou nos anos 1970.

Além da pecuária, a soja, o milho e o algodão são as principais culturas desenvolvidas nas savanas brasileiras hoje. No Estado do Mato Grosso, por exemplo, a soja ocupa 88% do cerrado do Estado, segundo os números da UnB.

Hoje, as emissões por causa das queimadas da Amazônia representam aproximadamente 75% do total do Brasil -- o restante é causado pelos automóveis que circulam pelas grandes cidades basicamente.

Se o cerrado for colocado agora dentro da categoria ¨mudança do uso do solo¨ ele contribuirá com um aumento de 25% pelo menos, segundo permitem inferir os números divulgados agora pela UnB.

Além disso, segundo Bustamante, a emissão de metano pelo gado, a atividade comercial mais comum na área de cerrado, que ocupa uma área de 50 milhões de hectares, foi computada, no cálculo, apenas para a realidade da Amazônia. ¨Isso aumentará bastante as emissões do cerrado¨, explica a pesquisadora da UnB.

Esses cálculos sobre o metano também estão sendo feitos agora pelo pesquisadores. Mas estimativas iniciais, de estudos anteriores, mostram que apenas a região Centro-Oeste do Brasil, onde boa parte é ocupada pelo Cerrado, responde por 30% das emissões metano do país. No total, essa quantia é eqüivalente ao lançamento anual de carbono feito por 36 milhões de carros de passeio.

A transformação do uso do solo na savana está diretamente relacionada com o aumento das emissões de carbono. Já na floresta, é o uso da biomassa vegetal -- as árvores da floresta cortadas ou queimadas -- que protagoniza a subida das emissões do gás do efeito estufa.

Sistema adulterado

Não é apenas a quantidade de de carbono emitida para a atmosfera todos os anos que preocupa os pesquisadores de Brasília -- cidade que nasceu, aliás, antes do pico de alteração das savanas nacionais.

Novos estudos, ainda preliminares, mostram que o ciclo da água, por exemplo, é transformado de maneira radical quando em vez das plantas naturais do bioma estão sobre o solo plantações de soja. Em resumo, na primeira situação, a água segue o seu fluxo natural. No segundo ela circula menos e o ecossistema fica mais seco.

Segundo Bustamante, os resultados iniciais já obtidos pelo seu grupo dão uma diretriz clara de como é preciso tratar o Cerrado. ¨A manutenção da biodiversidade [o Cerrado brasileiro é a savana com mais biodiversidade do mundo] e dos sistemas naturais é uma condição e não uma opção¨, afirma a pesquisadora. Segundo ela, o próprio agronegócio que existe pode ser prejudicado com o desequilíbrio ambiental.

  

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Comentários dos Leitores
Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.

Comentário de O Fiscal do cerrado (marco_juina@msn.com)
Em 26/12/2007, 19h51
Bustamante e família - O troco!
Multei em quase hum milhão de reais um moço de sobrenome Bustamante, na região de Santa Carmem (Cerrado), por dematamento ilegal....

Mera coincidência??

Comentário de corregedor (correg@hotmail.com)
Em 26/12/2007, 13h40
Fato relevante
Cuidado, General. Um novo golpe está sendo urdido contra os proprietários rurais do país. Os manos querem ampliar a área de reserva obrigatória no cerrado de 20% para 60%. A proposta vem embalada por essa história toda de aquecimento global etc..
Lembre-se que o Brasil é o único país do mundo que mantém obrigatoriedade de reserva legal mantida pelo próprietário da terra. O emaranhado legal criado pra evitar que o país possa se tornar um player global na indústira alimentícia conta com apoio e financiamento das ongs e de setores da comunidade científica.
Vc percebeu que a matéria (e, creio, tbm a pesquisa) fornece mais conceitos que dados reais. Até o peido do boi criado no cerrado é apontado pelo seu efeito poluidor. Duvido que a Unb tenha gente e conhecimento para aferir o que se propõe, mas não duvido que entre na campanha para limitar a agricultura no cerrado.
Em verdade, essa ameaça dos ambientalistas vai levar a uma corrida para abertura de novas áreas antes que ocorra a proibição por decreto.

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