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Teste de urina detecta se rim transplantado sofrerá rejeição
26/11/2009 - Cláudia Collucci - Folha de S.Paulo

Pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) descobriram que é possível identificar, por meio de um exame de urina, a predisposição de pacientes transplantados renais a desenvolver fibrose no enxerto.

A fibrose é um processo natural de cicatrização do organismo que ocorre em reação a uma lesão ou trauma, e é o principal fator que pode levar à rejeição crônica e à perda dos rins transplantados. Ao detectarem fatores que darão origem à fibrose, os médicos podem tentar tratamentos para evitá-la.

Uma das pesquisas do grupo da Unifesp avaliou 92 pacientes transplantados renais e mostrou que praticamente a metade deles apresentou índice elevado de RBP (Retinol Binding Protein) na urina, uma proteína que indica se a pessoa tem predisposição à fibrose. Análises posteriores indicaram que muitos desses pacientes apresentaram rejeição crônica.


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Um outro estudo randomizado, ainda em andamento, observou que é possível tratar esses pacientes antes que ocorra a fibrose e a perda do rim transplantado, afirma Álvaro Pacheco e Silva Filho, professor de nefrologia na Unifesp e coordenador do laboratório de imunologia clínica e experimental.

"Seguimos dois grupos durante um ano. Naquele em que modificamos a medicação, conseguimos melhorar o nível da proteína e a função dos rins. No outro, em que a medicação não foi modificada, a função dos rins piorou e o marcador [RBP] continuou alto", diz.

Hoje, só é possível identificar a ocorrência da fibrose por meio da biopsia, que é feita quando o órgão já está com a função comprometida, com poucas chances de cura e risco elevado de perda do rim.

"Não adianta detectar o problema e não conseguir resolvê-lo. Agora podemos saber precocemente a chance de o órgão apresentar fibrose e modificar isso", explica Silva Filho, da Unifesp.

  

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