capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.915.558 pageviews  

O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

ATENTO OLHAR

Sexo oral transmite HIV?
13/07/2013 - Chris Bueno - UOL

Verdade: isso foi controverso durante muito tempo, mas várias pesquisas científicas comprovaram que é possível ser infectado desta forma.

O contato com os fluídos durante o sexo oral, especialmente se há ferimentos na boca de quem pratica (gengivites, aftas, machucados causados pela escova de dente), pode transmitir o vírus HIV.

No entanto, o risco de infecção é menor, se comparado com outras formas de contágio (sexo vaginal, sexo anal e compartilhamento de seringas, por exemplo), segundo cartilha sobre Aids do Ministério da Saúde Getty Image


PUBLICIDADE


Existem 490 mil brasileiros infectados com o vírus HIV, segundo dados da Unaids (órgão especial da ONU para a Aids). No mundo, esse número já chega a 33,5 milhões de pessoas.

Apesar de toda a evolução no tratamento e prevenção da doença, ela ainda é considerada uma epidemia mundial, e apresenta números alarmantes.

De acordo com levantamento anual do Ministério da Saúde nacional, o número de brasileiros infectados pode ser bem maior do que o estimado pela Unaids: aproximadamente 530 mil. Por ano, são registradas uma média de 36 mil novos casos.

Além disso, a pesquisa do Ministério aponta que um quarto dos brasileiros portadores do HIV não sabe que está infectado. Isso corresponde a cerca de 135 mil pessoas.

Apesar dos números altos, o avanço no tratamento da doença fez com que a Aids fosse considerada uma epidemia sob controle.

"Muitas pessoas estão relaxando a prevenção e creditando ao coquetel (de medicamentos) a solução caso se contaminem", alerta Regina Figueiredo, coordenadora de Projetos em Saúde Sexual e Reprodutivos do Núcleo de Estudos para a Prevenção Aids (Nepaids) da USP e pesquisadora do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

O vírus e a doença

Ter o vírus HIV é diferente de ter Aids. Isso porque muitas pessoas possuem o vírus, mas por meio do tratamento adequado, não manifestam a doença.

Quando a pessoa é portadora do vírus – ou soropositiva – significa que ele está em seu organismo, mas não que ela vá, necessariamente, desenvolver a doença.

Porém, se não propriamente tratado, o vírus pode se proliferar e atacar o sistema imunológico da pessoa.

"A Aids é uma infecção que atinge o sistema imunológico, facilitando que a pessoa adquira várias doenças e possa morrer por causa de suas complicações", explica Figueiredo.

A Aids se caracteriza por um conjunto de sinais e sintomas causados pela queda da taxa dos linfócitos CD4 (células muito importantes na defesa imunológica do organismo).

Quanto mais a doença progride, mais o sistema imunológico fica comprometido, tornando cada vez mais difícil para o organismo se defender de infecções.

Assim, um simples resfriado pode se tornar um problema muito difícil de resolver.

Com o sistema imunológico enfraquecido, o organismo fica mais sujeito a pegar infecções e doenças – que se tornam mais frequentes e agressivas conforme a doença progride.

Doentes em estágio final podem pegar até cinco ou seis infecções oportunistas de uma só vez, então o organismo não consegue mais reagir e o paciente acaba morrendo.

Sinais de alerta

Os primeiros sintomas da doença podem ser tão leves que frequentemente são confundidos com um mal-estar passageiro.

Mesmo quando se manifestam com mais intensidade, podem ser interpretados como os sintomas de uma virose.

Por isso é importante fazer o teste – que permite a verificação da infecção com resultado na hora e está disponível em vários postos de saúde do país – para confirmar.

Os sintomas mais comuns são febre constante, manchas na pele, calafrios, diarreia constante, crescimento dos gânglios linfáticos e perda de peso, além de dores de cabeça, de garganta ou muscular.

Geralmente, esses sintomas surgem de duas a quatro semanas após a pessoa contrair o vírus. Nas fases mais avançadas, é comum o aparecimento de doenças oportunistas como tuberculose, pneumonia e meningite.

Vivendo com o vírus

Até pouco tempo, a imagem de uma pessoa com Aids era de alguém acamado e extremamente magro. Felizmente, hoje em dia não é mais assim.

"O tratamento evoluiu muito, hoje temos vários medicamentos que proporcionam uma boa sobrevida e boa qualidade de vida. Muitas pessoas possuem o vírus e convivem com ele por muito tempo sem manifestar a doença", afirma o médico infectologista e imunologista Esper Kallas, professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e coordenador do comitê de retroviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Hoje em dia é possível até mesmo uma mulher soropositiva planejar uma gravidez e constituir uma família.

O tratamento correto faz com que os riscos da "transmissão vertical" (da mãe para o bebê) sejam reduzidos para menos de 3%.

Por isso o teste de HIV deve fazer parte dos exames pré-natais, para que o tratamento seja feito durante a gestação.

"Se ela estiver fazendo o tratamento corretamente, a chance de infectar o bebê é muito baixa", aponta Kallas.

No entanto, as mulheres portadoras do vírus HIV não podem amamentar.

Medicamentos

Atualmente, o tratamento é feito por meio de uma combinação de cerca de seis medicamentos (o famoso coquetel) que, combinados, são capazes de diminuir ao mínimo a carga viral.

"Há pessoas que com o tratamento conseguem diminuir a taxa de vírus no organismo a ponto de ele não ser mais detectável", afirma Kallas. Mas o pesquisador alerta que isso não significa que podem se descuidar.

Desde 1991 o governo brasileiro implementou o fornecimento do coquetel na rede pública de saúde, com dispensa gratuita e universal – isto é, para todas as pessoas com Aids no país.

"A distribuição do coquetel provocou uma 'revolução' no quadro da doença, que era de grande letalidade, tornando os portadores de HIV/Aids doentes crônicos em tratamento, e reduzindo a mortalidade em mais da metade dos casos", afirma Figueiredo.

Ainda assim, a Aids continua fazendo muitas vítimas. No Brasil, 11,5 mil pessoas morrem da doença todo ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No mundo todo, a Aids é responsável por 1,7 milhões de óbitos anualmente, segundo a Unaids.

A arma mais poderosa contra a doença, contudo, continua sendo a prevenção. E a melhor maneira de se prevenir é usando preservativos em todas as relações sexuais, já que essa é a forma de contágio mais comum.

À parte a distribuição do coquetel, o governo brasileiro distribui cerca de 800 milhões de preservativos masculinos e mais de dois milhões de preservativos femininos por ano.

O último está disponível em todas as mais de 38 mil unidades básicas de saúde brasileiras, facilitando o acesso da população à prevenção sexual.

Além das relações sexuais desprotegidas, o HIV pode ser transmitido pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação.

Por isso essas são situações que exigem atenção especial.

Grupo de risco x comportamento de risco

Quando a Aids surgiu, no começo da década de 1980, ela afetava principalmente homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos. Por isso eles eram considerados grupos de risco.

Hoje, porém, esse quadro mudou: o vírus se espalhou de forma geral, não mais se concentrando em grupos específicos. Por isso hoje em dia se fala em comportamento de risco, e não mais em grupos de risco.

"A Aids hoje está afetando especialmente mulheres jovens, que têm relações sexuais com parceiros variados ou fixos sem uso de proteção, além de mulheres idosas que acreditam que relações de longa duração afetiva envolvem fidelidade sexual", aponta Figueiredo.

Os usuários de drogas, no entanto, continuam sendo um grupo vulnerável à doença.

"Antes, os viciados em drogas injetáveis tinham grande risco por causa do compartilhamento de seringas. Hoje, essas drogas perderam o espaço para as inaláveis. Mas os usuários tendem a ter um comportamento de risco, como fazer sexo sem segurança, o que faz com que continuem sendo um grupo que merece atenção especial", diz Kallas.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
08/01/2022 - Antígeno ou PCR? Qual teste fazer em cada suspeita de covid
07/01/2022 - Pele artificial muda de cor e dá aos humanos o poder dos camaleões
06/01/2022 - O que é aquamação, a cremação com água?
01/01/2022 - Vai passar ou piorar? Os cenários para a pandemia em 2022
27/12/2021 - Como as vacinas de RNA que nos salvaram da covid-19 podem derrotar outras doenças
26/12/2021 - Natal já era comomorado antes do nascimento de Jesus
26/12/2021 - Crianças e adolescentes devem usar redes sociais? Veja dicas de especialistas
24/12/2021 - O que é a ansiedade e como ela se diferencia da depressão
16/12/2021 - Como surpreendente recuperação de florestas pode ser arma contra aquecimento global
15/12/2021 - Brasil entra na lista de alto risco de volta da pólio
14/12/2021 - Coronavac - maiores de 60 precisam de 3 doses para serem considerados protegidos, diz Opas
13/12/2021 - Novo Estimulante Masculino é liberado pela Anvisa
12/12/2021 - Crise hídrica é mundial, dizem cientistas
12/12/2021 - Floresta recupera 80% do estoque de carbono e da fertilidade do solo após 20 anos da regeneração
06/12/2021 - Como ter filhos modifica o cérebro das mulheres
02/12/2021 - GÁS H2 DESPONTA COMO FUTURA ENERGIA LIMPA
30/11/2021 - Ômicron, a próxima rodada do coronavírus
23/11/2021 - APLICATIVOS DE RASTREAMENTO CUIDAM DO CASO
19/11/2021 - Eclipse lunar parcial mais longo em 580 anos vai ser visto do Brasil: saiba onde e quando observar
18/11/2021 - Golpe do Pix: hackers contam como enganam vítimas; saiba como se proteger

Listar todos os textos

 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques