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Ser humano começa a se adaptar ao HIV, diz estudo
28/07/2006 - Folha de S.Paulo

São 25 milhões de mortos em 25 anos: esse é o saldo da epidemia global de Aids. Esse quarto de século de escrutínio pela ciência do vírus causador da doença, o HIV, e da sua ¨coevolução¨ com o ser humano, custou US$ 30 bilhões. Mas o esforço mostrou que a humanidade tem o potencial de, a longo prazo, adquirir alguma forma de resistência a ele, capaz de criar uma forma de ¨coexistência¨ -- como fizeram alguns dos parentes mais próximos do homem, como o chimpanzé e outros macacos africanos.

Ainda não há cura completa, nem vacina eficaz, apesar de a sobrevida dos pacientes ter aumentado. E como lembra o pesquisador Anthony Fauci, em editorial na edição de hoje da revista americana ¨Science¨ (www.sciencemag.org), ¨em 25 anos, não há um único caso bem documentado de uma pessoa cujo sistema imunológico [de defesa] tenha completamente eliminado o vírus, com ou sem a ajuda de drogas anti-retrovirais [específicas contra os vírus da categoria do HIV]¨.

Fauci entende do tema. Diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, ele esteve na linha de frente do combate à Aids durante esses 25 anos -- pouco depois que, como lembra, surgiram os primeiros relatos clínicos publicados, em 5 de junho de 1981, de cinco homossexuais masculinos vítimas de uma pneumonia, a qual foi facilitada pela ação do HIV no organismo.


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Imunidade primata

Não há prazo estimado para a Aids virar uma nova catapora ou sarampo, embora esse seja um futuro possível da pandemia a longuíssimo prazo. Mas há boas novas depois de 25 anos de pesquisa, incluindo a descoberta de que os primatas não-humanos ¨são relativamente resistentes a doenças como a Aids¨, segundo artigo publicado na mesma edição da ¨Science¨ por Jonathan Heeney, do Centro de Pesquisa Biomédica de Primatas, da Holanda, e mais dois colegas baseados no Reino Unido.

¨Conhecimentos mais apurados sobre os fatores de resistência do hospedeiro e dos mecanismos da doença em hospedeiros primatas na natureza poderão dar dicas de avenidas terapêuticas não exploradas para a prevenção da Aids¨, afirmam Heeney e colegas.

Como diz o nome, a relação entre o HIV e o ser humano é de ¨coevolução¨; um organismo se adapta ao outro. O vírus, como se sabe, é capaz de prodígios de mutação em seu material genético, o RNA.

¨É imaginável que, na ausência de uma vacina ou de drogas antivirais, a população humana vai evoluir e enfim se adaptar à infecção pelo HIV, em geral do mesmo modo como o HIV evoluiu e se adapta a pressões seletivas dentro do hospedeiro¨, escreveram os pesquisadores.

Isso é verificável pelo fato de que existe uma grande variação na progressão da doença entre os infectados pelo vírus. Os cientistas já identificaram mais de dez genes que têm ¨um efeito positivo ou negativo na infecção e na progressão da doença¨, segundo Heeney e seus colaboradores. Há mesmo indícios de que certos genes, ligados a variações do sistema imune, serão mais comuns entre os descendentes dos infectados.

O próprio genoma humano, conjunto do material genético, inclui provas de epidemias virais no passado -- antigos vírus cujo material genético acabou se integrando permanentemente ao DNA do homem.

Mas, como lembrou Fauci, ninguém que já foi infectado pelo HIV ficou 100% livre do vírus. Mesmo com a melhor terapia antiviral ainda existe o risco de alguma forma latente do vírus permanecer no organismo, e com isso manter um potencial de infecção. Até macacos sem sintomas têm parentes do vírus em seu organismo. Esse pode ser o futuro do HIV em humanos também.

¨Não devemos esquecer que a história vai nos julgar como uma sociedade global por quão bem nós vamos lidar com os próximos 25 anos de HIV/Aids, assim como nós o fizemos nos primeiros 25 anos¨, afirma Fauci no editorial.

Brasil

A revista ¨Science¨ desta semana também dedica espaço especial à história e às lições da pandemia de Aids, com destaque para a América Latina -- inclusive o Brasil. O periódico científico classifica como um grande sucesso o programa brasileiro de combate à doença, mas alerta que dias difíceis podem estar à frente.

O grande desafio, segundo a ¨Science¨, é manter baixo o custo do tratamento gratuito oferecido aos portadores do HIV no país. ¨O Brasil produz apenas oito medicamentos anti-retrovirais, e todos eles são fórmulas relativamente antigas. Um grupo de catorze novos remédios oferece muitas vantagens, como menos efeitos colaterais, mais potência e mais eficácia contra formas resistentes do vírus¨, diz a ¨Science¨.

O problema é que obter ou fabricar as novas drogas a um preço compatível com o tratamento anual envolve novas negociações com as grandes empresas farmacêuticas que detêm as patentes sobre elas. O cálculo da revista é que o custo anual de cada paciente de Aids para o país saltou de US$ 1.336 para US$ 2.500 de 2004 para cá.

A ¨Science¨ aponta que, para contornar o problema dos custos, o país terá de fazer com a indústria farmacêutica acordos mais vantajosos do que os que estão sendo firmados até agora.

  

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