CURTO & GROSSO

Edição de 22/07/2002

Marcos Antonio Moreira -- fazperereca@yahoo.com.br

Telefonema desesperado da assessoria do candidato Pés de Barros para os órgãos de comunicação, na sexta-feira à noite, foi o suficiente para que ninguém publicasse, no sábado, resultado de pesquisa encomendada -- e bota "encomendada" nisto! -- pelo candidato tucano.

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No telefonema, a assessoria literalmente implorava para que não fosse veiculado o conteúdo de e-mail com o resultado de tal pesquisa.

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O Site Bom não está -- nem quer estar -- na lista de spam de políticos e candidatos, razão pela qual não recebemos tal e-mail e, por consequência, o aflito telefonema.

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Mas, se tivesse recebido, publicaria -- só para ver o oco -- apesar da "justiticativa" de que a veiculação da pesquisa estava proibida por decisão da Justiça.

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Até segundo aviso, qualquer decisão judicial deve ser formalmente comunicada por oficial de Justiça -- não pela assessoria de candidato, tucano ou não, ainda mais por telefone.

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Virou casa da sogra, agora?

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Segundo a explicação "oficial", a publicação da tal pesquisa foi proibida porque não constava o nome de dois candidatos ao governo.

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Ora, até onde estou informado, toda pesquisa eleitoral deve ser registrada, antes, no TSE ou no TRE...

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Ou não foi?

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Se não foi, a Justiça Eleitoral que trate de penalizar quem desrespeitou a legislação e não os órgãos de comunicação.

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É o meu parecer...

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Data venia...

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O jornal Folha do Estado, por exemplo, por conta de tal telefonema, teve que reprogramar e atrasar o fechamento da edição de sábado.

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Sem a menor necessidade, registre-se. Afinal, se a tal pesquisa foi registrada, a falha, então, foi da Justiça Eleitoral -- que não notou a ausência de dois nomes -- e é absolutamente inaceitável que, por conta de uma bobeada da própria Justiça Eleitoral, a liberdade de expressão seja colocada em causa.

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Mas, como Mato Grosso é outro país, toda a mídia obedeceu, servilmente.

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O episódio, de qualquer forma, serve -- mais uma vez -- para expor a que ponto chegou o nível de subservíência, de capachismo, da mídia local nesta fase de tucanalhice explícita.

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Basta um telefonema de um assessor para qualquer coisa ter "força legal" e calar a boca de todo mundo.

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Que país!

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Falar em pesquisa, segundo me confidenciou alta fonte do tucanato, pelo menos até o início do horário eleitoral gratuito, Pés de Barro, Dante e Bezerra não vão produzir material de campanha...

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Santinhos, adesivos, cartezes, out-doores... Essas coisas.

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Explica-se: por força da verticalização, terão de, forçosamente, colocar o nome do candidato a presidente José Soros no material de campanha...

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Fica explicada, assim, a ausência de adesivos, santinhos, cartazes e out-doors dos candidatos majoritários da coligação PSDB/PMDB nas ruas, 20 dias depois de iniciada oficialmente a campanha...

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A expectativa -- por outra: a torcida, no "queijo" tucano em Mato Grosso -- é no sentido de que José Soros desista até lá.

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Se não desistir, "mata" o discurso do trio parada dura -- o que de que Mato Grosso não pode ficar contra o governo federal -- e leva os três para o buraco.

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A leitura -- correta, diga-se -- de Pés de Barro, Dante e Bezerra é a de que, pedir voto pra José Soros no horário eleitoral gratuito será fatal para o trio.

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Enquanto isto não acontece, a ordem é manter a campanha através de pesquisas eleitorais...

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Essas pesquisas eleitorais fajutadas como a que acaba de ser proibida pela Justiça...

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A propósito, segundo confidência -- ou seria inconfidência -- dessa mesma fonte, Dante já está negociando apoio a Ciro no segundo turno, através do deputado João Hermann, um dos luas-pretas do PPS.

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Acontece que, para o Senado, não tem segundo turno...

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Leitura dinâmica:
Produtor recebe 40% mais pela soja com tendência de melhorar

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É o próprio "boom da soja"...

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