Bovespa sobe 1,15% no fechamento e retoma os 70 mil pontos 01/10/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) retomou o patamar dos 70 mil pontos, um nível de preços perdido desde a jornada de 15 de abril deste ano. Uma bateria de indicadores econômicos dos EUA, quase todos com desempenho melhor do que o previsto, ajudou os investidores a retomarem as compras no primeiro pregão de outubro. A taxa de câmbio brasileira, por sua vez, continuou a ceder, testando níveis cada vez mais baixos, após o rompimento do piso informal de R$ 1,70.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 1,15% no fechamento, e bateu os 70.229 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,55 bilhões, bem acima da média de setembro (R$ 6,5 bilhões/dia). Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 0,39% no encerramento das operações.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,681, em queda de 0,65%. Trata-se da menor taxa de fechamento em mais de dois anos. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,688 e R$ 1,675.
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Entre as principais notícias do dia, o Bureau of Economic Analysis informou um crescimento de 0,5% na renda dos americanos em agosto, enquanto o nível de gastos teve um aumento de 0,4% no mesmo período. Os números surpreenderam positivamente o mercado, que contava com números mais baixos.
Outra pesquisa oficial mostrou que o nível de gastos na construção civil aumentou 0,4% em agosto, contrariando as expectativas de contração. Outras duas sondagens, desta vez privadas, também revelaram números mais positivos da economia americana. A Universidade de Michigan, que faz uma influente pesquisa de opinião pública, detectou uma piora do nível de confiança do consumidor, mas numa taxa menor do que muitos esperavam.
Já a entidade ISM indicou que o setor manufatureiro teve o seu 14º mês consecutivo de expansão em setembro, mas em um ritmo mais lento do que as projeções médias de economistas do setor financeiro.
Na China, o governo apontou uma expansão do nível de atividade no setor industrial no mês passado, reforçando o uma influente sondagem do setor privado já havia adiantado. O índice oficial do setor passou de 53,8 em setembro, contra leitura de 51,7 em agosto. O mercado previa uma leitura de 52.
E na Europa, uma pesquisa privada (instituto Markit) indicou que a atividade manufatureira da zona do euro expandiu em um ritmo mais lento entre os meses de agosto e setembro. O índice Markit caiu para 53,7 em setembro, comparado a 55,1 em agosto.
No front doméstico, o IBGE comunicou que a produção industrial teve queda de 0,1% em agosto, após apresentar alta de 0,6% (dado revisado) em julho. Em relação a igual período em 2009, a produção industrial subiu 8,9%.
EXPECTATIVAS
Corretoras e gestores de investimentos iniciam outubro sob expectativa de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) deve anunciar novas medidas para estimular a maior economia mundial, ainda bastante enfraquecida. Embora as autoridades econômicas desse país somente tenham sugerido mais ações nesse sentido, muitos analistas têm mencionado esse tópico em suas avaliações para este mês.
O início da temporada de balanços do terceiro trimestre deve ser outro fator de volatilidade para os mercados, ainda que haja perspectivas razoavelmente otimistas para os resultados corporativos.
O calendário eleitoral brasileiro mereceu pouca atenção dos analistas. Para os analistas da Planner Corretora "é possível alguma ansiedade, caso a candidata do governo ganhe em primeiro turno e comece a definir sua equipe econômica. Dependendo dos nomes elencados para postos relevantes, o mercado reagir prontamente. Contudo, não acreditamos em surpresas nesse sentido".
No rol de sugestões para este mês, as ações da Petrobras deixaram de ser a tônica comum nas carteiras recomendadas. No ramo de petróleo e gás, as ações ordinárias da OGX cavaram o espaço antes reservado para a petrolífera estatal, sendo indicadas pela Planner, Link Investimentos e Spinelli Corretora.
Além da OGX, as ações preferenciais da Vale seguem como denominador comum das recomendações dessas três casas para outubro. No caso da Planner, além da mineradora e da petrolífera privada, também são sugeridas ações da Cesp, banco Panamericano, CCR Rodovias, Cosan, Eztec, Itaú-Unibanco, Pão de Açúcar, Petrobras, CSN e Vivo.
A Link aposta nas ações da BM&F-Bovespa, BR Foods, Cielo, Gol, Itaú-Unibanco, Lojas Americanas e Pão de Açúcar, além das supracitadas. Já a Spinelli sugere os papéis da Anhanguera, Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Lojas Americanas, Lojas Renner, Pão de Açúcar, Rossi Residencial, Oi e Usiminas.