Adilson Batista deixa o comando do Timão após cinco jogos sem vencer 10/10/2010
- Leandro Canônico - G1-SP
Adilson Batista não é mais o técnico do Corinthians. Ele entregou o cargo logo após a derrota por 4 a 3 para o Atlético-GO, neste domingo, no Pacaembu, pela 29ª rodada do Brasileirão.
O treinador assumiu o comando do Timão após a saída de Mano Menezes, que foi convidado a dirigir a Seleção Brasileira. Estreou contra o Palmeiras, dia 1º de agosto. De lá para cá foram 17 jogos. Sete vitórias, quatro empates e seis derrotas.
Quando Adilson chegou, o Corinthians era líder da competição, com 24 pontos em 11 jogos. Agora está em terceiro, com 49, a cinco pontos do líder Cruzeiro. O Timão não venceu nenhum dos últimos cinco jogos, o título ficou distante e o treinador não resistiu. Segundo o diretor de futebol do clube, Mário Gobbi, Adilson pediu para sair.
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- O professor nos procurou entendendo que deveria deixar o caminho livre, pois não quer causar nenhum prejuízo ao clube, que vive um momento de decisão. Enxergou com a grandeza de alma, de espírito. Percebeu que, pelo Corinthians, seria boa a saída dele. Quero dizer que foi uma honra ter o Adilson conosco, um treinador competente - afirmou.
Adilson admitiu que não conseguiu dar sequência ao trabalho de Mano Menezes. Por isso, achou melhor sair para não atrapalhar o Corinthians. Rebateu críticas que ouviu, dentro do clube, de que estaria com medo, seria covarde. Ele não disse quem teria feito essas acusações, mas garante que não tem nenhum problema de relacionamento com a cúpula corintiana, a quem fez questão de agradecer na saída.
- Entendo a situação e, conversando com o Mário, disse que queria o bem da instituição. Questionaram se eu estaria com medo ou se seria um ato de covardia. A minha carreria é vitoriosa desde o Mogi Mirim. Infelizmente, não foi possível dar sequência ao trabalho do Mano. Então, entendemos que era melhor o Corinthians buscar outro treinador. Peço desculpas ao torcedor por ter assumido o time na primeira posição e estar deixando em terceiro. Acho que o Corinthians ainda tem chance de ser campeão. Vou estar torcendo pelos meninos.
O treinador desmentiu boatos de que houve briga no vestiário após a derrota para o Dragão e que ele teria sido derrubado por complô de jogadores.
- Nenhum atleta tentou me derrubar. É um dos fantasminhas que alguns plantam. O que houve foi dedicação integral de todos eles. Tem coisas que são internas e procuramos guardar lá dentro, mas posso garantir: não houve briga de vestiário, nem desentendimentos. Nada disso.
Gobbi explicou ainda que tudo aconteceu muito rapidamente. Por isso, o clube ainda não pensou num substituto. Ele garantiu que a diretoria corintiana não tinha intenção de demitir Adilson fosse qual fosse o resultado deste domingo. No entanto, logo após a partida, o presidente Andres Sanches deixou o seu camarote bastante transtornado e seguiu em direção ao vestiário. Minutos depois, veio a confirmação de que o técnico estava fora.
- Nós não viemos ao Pacaembu hoje para trocar de treinador. Isso é um fato novo, que aconteceu há meia hora. Como sempre fizemos, vamos sentar com o presidente, ver o que é melhor para o grupo, para o Departamento de Futebol e vamos buscar uma solução. Não temos um plano, porque não tínhamos a intenção e nem cogitávamos a mudança que está acontecendo.
No entanto, Adilson Batista acabou dando pistas. Citou Carlos Alberto Parreira.
- Às vezes, falta sintonia. Mas pode vir um Carlos Alberto Parreira e encaixar. Olha eu dando dica! Mas vocês têm de apertar os homens lá dentro (dirigentes).