Bovespa encerra pregão no "zero a zero", em dia instável 14/10/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) oscilou no campo negativo durante boa parte do pregão desta quinta-feira. Ordens de compra concentradas nas ações preferidas pelos investidores, Petrobras e Vale, no entanto, ajudaram o índice Ibovespa a encerrar o dia pouco acima do resultado de ontem.
As Bolsas americanas também registraram resultados modestos, sob expectativa da temporada de balanços relativos ao terceiro trimestre, que começa a ganhar intensidade a partir desta semana.
O Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, teve uma leve alta de 0,02% no fechamento, aos 71.692 pontos. Trata-se da maior pontuação desde 8 de abril. O giro financeiro foi de R$ 9,09 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cedeu 0,01%.
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Alvo de R$ 1 bilhão em negócios, as ações preferenciais da Petrobras valorizaram 2,83%, enquanto as ações de mesmo tipo da Vale, que movimentaram outro R$ 1 bilhão em operações, ficaram 0,96% mais caras.
A ação ordinária da CCR Rodovias se destacou no mercado de hoje, com um volume total de R$ 881 milhões, e forte desvalorização de 8,32%.
O dólar comercial foi trocado por R$ 1,663, em um avanço de 0,48%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,667 e R$ 1,645. "Logo pela manhã, nós realmente vimos o dólar chegar a R$ 1,646, mas por pouco tempo. Nesses preços, você já começa a ver ordens de compra muito rapidamente. É o momento em que importadores se apressam para fazer ajustes em suas posições", comenta Marcos Trabold, profissional da mesa de operações da B&T Corretora.
PERSPECTIVAS
À semelhança de outros especialistas do mercado de capitais brasileiro, a equipe de analistas da Gradual Investimentos também projeta um Ibovespa rodando bem acima dos 70 mil pontos em dezembro.
"Acreditamos no prosseguimento da alta do Ibovespa até o final do ano, suportada por mais uma boa safra de balanços que se inicia agora, porém alertamos para a compressão do potencial de valorização, dada a nossa meta para dezembro de 2010 de 75 mil pontos para o índice".
Os analistas da Gradual veem um potencial mais estreito de crescimento para as ações da Vale, devido aos ganhos já acumulados desses papéis ao longo do ano. Já no caso da Petrobras, assim como outros profissionais do mercado, eles rebaixaram o preço-alvo (projeção para 12 meses) das preferenciais--de R$ 48,20 para R$ 37,50. Hoje, essas ações foram negociadas por R$ 26,44 ao final do pregão.
EUA E INFLAÇÃO
Entre as notícias mais importantes do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA apontou um aumento na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego, um importante "termômetro" das condições do mercado de emprego local. Os pedidos iniciais totalizaram 462 mil até a semana passada, o que surpreendeu analistas do setor financeiro, que estimavam uma cifra em torno de 446 mil.
Ainda nos EUA, o Departamento de Comércio contabilizou um deficit comercial (importações maiores que exportações) de US$ 46,3 bilhões em agosto, ante US$ 42 bilhões em julho. Na relação anual, de agosto de 2009 até o mês deste ano, o deficit cresceu US$ 15,3 bilhões. E o Departamento de Trabalho reportou que a inflação, medida pelo PPI (índice de preços ao produtor), teve alta de 0,4% em setembro, acima das expectativas (0,1%), mas o núcleo do indicador (que exclui do cálculo os preços mais voláteis) ficou em linha com as projeções (0,1%).
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reportou que as vendas do comércio varejista cresceram pelo quarto mês consecutivo em agosto (2%) sobre julho. Trata-se da maior expansão histórica das vendas para um mês de agosto, tanto na comparação mensal quanto nos 12 meses (alta de 10,4%).
A FGV (Fundação Getulio Vargas) registrou uma inflação de 0,75% em outubro, pela leitura do IGP-M, ainda em sua primeira estimava prévia. Em setembro, no mesmo período, a taxa foi de 0,99%. No ano, a variação foi de 8,70%, enquanto nos últimos 12 meses foi de 8,53%.