Bovespa tem dia de alta modesta e poucos negócios, com cautela dos investidores 08/11/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve uma valorização bastante modesta na rodada de negócios desta segunda-feira. O giro de negócios também foi abaixo da média, numa sinalização do grau de cautela dos investidores, num dia com poucos indicadores econômicos de destaque.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu apenas 0,07% no fechamento, atingindo os 72.657 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,9 bilhões, abaixo da média de outubro (R$ 7,7 bilhões/dia). Ainda operando, a Bolsa de Nova York perde 0,31%.
Com o final do horário de verão nos EUA ontem, os horários de abertura e fechamento das Bolsas americanas voltaram a ficar dessincronizados com a Bolsa brasileira.
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No grupo dos papéis mais negociados, a ação preferencial da Petrobras teve ganho de 1,02%, enquanto a ação de mesmo tipo da Vale teve avanço de 0,89%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,699, em alta de 1,13%. A taxa de risco-país marca 177 pontos, número 2,31% acima da pontuação anterior.
Analistas avaliam que o ambiente de negócios nesta semana deve ser marcado pela expectativa em torno da a reunião do G20 (grupo dos países mais ricos), na quinta e na sexta-feira, à espera de uma solução conjunta para a chamada "guerra cambial". Além disso, o governo chinês revela os números da produção industrial, vendas do varejo e inflação, na madrugada de quinta.
"Os presidentes dos principais países se reúnem para discutir o rumo das políticas econômicas mundiais, e de fato, devemos esperar alguma confusão. (...) Declarações ao longo de quinta e sexta-feira devem marcar os mercados com alguma volatilidade", avaliam os especialistas da XP Investimentos, em relatório sobre as perspectivas da semana.
Há ainda outro fator de cautela para os investidores: o vencimento de dívidas em montantes expressivos, por parte de alguns dos países europeus mais fragilizados por deficits nas contas públicas.
AGENDA
Entre as notícias mais importantes do dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, revelou que a maioria dos economistas do setor financeiro revisou para cima suas projeções para a inflação desde ano --de 5,29% para 5,31% (IPCA projetado). A expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) foi mantida em 7,60% para este ano e 4,5% em 2011. A taxa Selic deve encerrar 2010 em 10,75%, subir para 11,75% no ano que vem.
A balança comercial brasileira teve superavit de US$ 429 milhões na primeira semana de novembro. No acumulado deste ano, o saldo comercial está positivo em US$ 15,050 bilhões. A média por dia útil deste período é de US$ 71 milhões, uma cifra 32,7% abaixo da média diária registrada para o mesmo período em 2009.
A Anfavea (associação das montadoras) reportou que a produção de veículos no país cresceu 15,3% no acumulado dos dez primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período em 2009, atingindo a fabricação de 3,043 milhões de unidades e batendo mais um recorde.
No front externo, o governo alemão informou que a produção industrial desse país encolheu 0,8% em setembro, em seu maior declínio desde outubro de 2009. Economistas ouvidos pelas agências internacionais contavam com uma expansão em torno de 0,5%.