Bovespa fecha em queda de 1,16% e acumula perda de 3% na semana 12/11/2010
- Folha Online
O mercado brasileiro de ações permaneceu em território negativo durante toda esta semana. Investidores manifestaram ansiedade com os números que a China prometia divulgar, e os resultados foram pouco animadores: a taxa de inflação, a maior em dois anos, veio bem acima das expectativas, e reforçou os temores de que Pequim deve lançar mão de novas medidas para conter o crescimento, e as pressões inflacionárias.
O gigante asiático é uma das principais forças da economia mundial, e grande importador de commodities, o que afeta diretamente Bolsas, como a brasileira Bovespa, em que as ações de empresas baseadas em matérias-primas têm enorme influência.
A reunião do G-20 também não contribuiu para melhorar o humor do mercado, embora muitos já contassem com a ausência de medidas concretas para solucionar a "guerra cambial".
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O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, recuou 1,16% no fechamento, aos 70.367 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,14 bilhões. Nos EUA, as principais Bolsas ainda não encerraram os negócios hoje e o índice Dow Jones cai 0,94%.
"O mercado está antecipando 'um aperto' na China neste final de semana ou na próxima, e isso fatalmente os preços das commodities. Muita gente no mercado está preocupada com a situação na Irlanda, o que tende a enfraquecer o euro e valorizar o dólar", comentou Marcelo Mattos, da mesa de operações da Geraldo Correa Corretora.
A ação preferencial da Petrobras, que sozinha teve um giro de R$ 1 bilhão, desvalorizou 3,25%, sendo o papel mais negociado do dia. A ação ordinária, com volume de R$ 118 milhões, sofreu perdas de 3,32%.
Ontem à noite, a Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 8,566 bilhões para o terceiro trimestre deste ano, o que significa um avanço de 3% frente ao que fora observado no segundo trimestre e de 7,9% sobre os resultados de um ano antes. Analistas do setor financeiro projetavam um ganho na casa dos R$ 9 bilhões. Também chamou a atenção o aumento dos custos de produção (23%, nos 12 meses) da estatal.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,724, em alta de 0,29%. "[A taxa de risco-país]": taxa de risco-país] marca 171 pontos, número 2,84% abaixo da pontuação anterior.
PANAMERICANO
As ações do banco PanAmericano praticamente devolveram todo o ganho registrado ontem, após o "tombo" de 30% na quarta-feira. A ação preferencial, com volume de R$ 25,10 milhões (bem acima do giro médio para esse papel), recuou 4,60%, sendo negociada por R$ 4,76.
BRASIL E EUROPA
Entre as notícias mais importantes do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reportou as vendas do setor varejista aumentaram 0,4% em setembro ante agosto. Trata-se do quinto mês consecutivo de crescimento.
A inflação medida pelo IGP-M foi de 0,79% em novembro, na primeira estimativa prévia desse índice feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Para o mesmo período de apuração no mês anterior, a variação foi de 0,75%.
E a agência europeia de estatísticas, a Eurostat, informou que o PIB (Produto Interno Bruto) dos países da zona do euro cresceu 0,4% no terceiro trimestre, ante 1% no segundo trimestre. A economia da Alemanha, a maior da região, expandiu a uma taxa de 0,7% no terceiro trimestre, em linha com as expectativas do mercado financeiro.
EMPRESAS
A Gol anunciou um lucro líquido de R$ 110 milhões para o período do terceiro trimestre, em um crescimento de 41,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A ação preferencial dessa companhia teve ganho de 1,64% neste pregão, enquanto a ação da rival Tam subiu 0,78%.
Já o grupo JBS, maior processador global de carne bovina, registrou um lucro líquido de R$ 133,5 milhões para o terceiro trimestre, em um resultado 11,9% abaixo do contabilizado um ano antes. A ação ordinária desvalorizou 0,62%.