Bovespa fecha em alta de 2,42% com notícias de Europa, China e EUA 01/12/2010
- Folha Online
Notícias positivas dos EUA, da China e da Europa renovaram a confiança do investidor, que retomou as compras, aproveitando oportunidades na Bolsa de Valores, que levou um dos seus piores "tombos" do ano em novembro (queda de 4,2%, a maior queda desde maio).
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 2,42% no fechamento, aos 69.345 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,52 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York ainda não encerrou suas operações -- o índice Dow Jones avança 2,34%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,707, em queda de 0,40%. A taxa de risco-país marca 181 pontos, número 6,21% abaixo da pontuação anterior.
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Entre as notícias mais importantes do dia, a consultoria privada ADP apontou a criação de 93 mil vagas no setor privado nos EUA entre outubro e novembro. A cifra veio bem acima das expectativas do setor financeiro (68 mil postos de trabalho).
Ainda nos EUA, a pesquisa da entidade privada ISM apontou expansão do setor manufatureiro em novembro, pelo 16º sexto mês consecutivo. O índice do setor atingiu um patamar (56,5 pontos) acima das expectativas do mercado (56,2).
E o Departamento de Comércio deste país reportou um crescimento de 0,7% no montante de gastos da construção civil em outubro. Economistas do setor financeiro projetavam uma contração de 0,4% para esse período.
O relatório "Livro Bege", elaborado pelo banco central americano, mostrou uma visão um pouco mais otimista sobre a economia, em comparação com o texto de outubro. Nesta edição, os integrantes do BC local destacam o setor manufatureiro, "que continua a se expandir em quase todos os distritos, com um crescimento relativamente forte em metalurgia e indústria automobilística".
O governo espanhol anunciou uma série de medidas para reduzir os gastos públicos ao mesmo tempo em que estimula o setor privado. As medidas foram anunciadas num cenário em que esses país enfrenta dificuldades em refinanciar suas dívidas no mercado financeiro, desconfiado de seus altos níveis de desemprego e do estado de suas contas públicas.
Ontem à noite, o governo chinês revelou que o nível de atividade do setor manufatureiro voltou a expandir em novembro, em um ritmo acima do esperado pelo mercado. A pesquisa oficial também detectou uma forte alta nos preços dos insumos, o que desperta temores de novas pressões inflacionárias.
E no front doméstico, o Ministério do Desenvolvimento reportou que a balança comercial teve um superavit US$ 312 milhões em novembro. Com o resultado de novembro, o saldo acumulado no ano chegou a US$ 14,9 bilhões, valor 35,4% menor do que o apurado nos primeiros 11 meses do ano passado.
RECOMENDAÇÕES
As ações da Vale segue como uma das poucas " quase unanimidades" do mercado financeiro. Os papéis da mineradora aparecem em três de cinco carteiras recomendadas por corretoras de valores para o mês de dezembro.
As expectativas de preços elevados no minério de ferro, bem como uma demanda robusta da China, sem reafecimento no curto prazo, são algumas das justificativas dadas por analistas.
As ações da Petrobras já estiveram no rol das preferidas do mercado e aparecem com bem menos frequência na lista de sugestões das corretoras. "O potencial de desenvolvimento das operações no pré-sal aliado aos últimos anúncios de descoberta de poços (...) são fatores que reiteram nossa visão otimista sobre seus papéis", avalia a equipe de analistas da Um Investimentos, em seu relatório.
Junto com Vale e Petrobras, a "Um" também indica Braskem, BR Foods, Cosan, Cemig, Eztec, Hypermarcas, Itaú-Unibanco e a Suzano Papel e Celulose.
Já a Planner indica, além da mineradora e da petrolífera, as ações das empresas Pão de Açúcar, Duratex, OGX, Tractebel e CCR Rodovias, além de "repetir" as apostas em Itaú-Unibanco, Eztec e Cosan.
A corretora Spinelli também aconselha aportes em Itaú-Unibanco, OGX e CCR Rodovias, agregando AmBev, Minerva, Lojas Americanas, Redecard, Localiza, São Martinho e Vale Fertilizantes.
A Link Investimentos sugere as ações da BM&FBovespa, Comgás, Gerdau, Ultrapar e Lojas Renner. A carteira dessa corretora coincide com as demais nas recomendações de Cosan, Itaú-Unibanco, OGX, Suzano e Vale.
Finalmente, a corretora TOV também aposta nas ações da BM&FBovespa, da Cosan, Petrobras, Usiminas e Cemig, acrescentando Fibria e Unipar.