Bovespa sobe 1% e retoma patamar dos 70 mil pontos; dólar atinge R$ 1,67 07/12/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera em alta nos primeiros negócios desta terça-feira, já retomando o patamar dos 70 mil pontos, um nível de preços desde 19 de novembro.
O mercado deve acompanhar com a atenção o plano de austeridade fiscal apresentado pela Irlanda bem como sua recepção no parlamento local. A aprovação desse plano é uma das condições para que o país tenha acesso ao socorro financeiro negociado com a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional). A imprensa local indica que o governo já conseguiu apoio político suficiente para passar a proposta.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, ascende 1,08%, aos 70.302 pontos. Ontem, a Bovespa fechou em queda de 0,3%.
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Na Europa, a Bolsa de Londres sobe 1,31%; em Frankfurt, o índice Dax avança 1,07%.
O dólar comercial é cotado por R$ 1,674, em um recuo de 0,47%. A taxa de risco-país marca 166 pontos, número 4,59% abaixo da pontuação anterior.
Entre as primeiras notícias do dia, o IBGE reportou que a produção industrial ficou maior em quatro das 14 regiões pesquisadas em outubro, na comparação com setembro. Na média nacional, a indústria apresentou aumento de 0,4% na mesma base de comparação.
O mercado também deve monitorar a reunião de ministros de Finanças europeus, que começou ontem. A proposta de aumentar o fundo de 750 bilhões de euros (cerca de US$ 1 trilhão) instituído para ajudar países em dificuldades financeiras não foi aprovada, o que pode gerar alguma frustração no setor financeiro. Ontem, as primeiras negociações ocorreram somente com representantes da zona do euro, o que deve ser ampliado a partir de hoje para os demais membros da UE.
Ainda no front externo, um jornal oficial chinês advertiu que o muito aguardado aumento de juros básicos no país pode acontecer nos próximos dias. Há meses Pequim tem adotado medidas "acomodatícias" para combater pressões inflacionárias, restringindo a circulação de dinheiro pela economia. Mas o governo advertiu que deve passar para a fase de medidas "prudenciais", isto é, o aperto da política monetária.
O gigante asiático é um dos maiores importadores globais de commodities e das grandes forças da economia mundial. Os mercados têm reagido com nervosismo à possibilidade da China refrear seu crescimento, principalmente num momento em que as economias da Europa e dos EUA ainda claudicam.
E no final da tarde, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) apresenta os números sobre concessão de crédito nesse país.
JUROS
O mercado deve operar nesta semana sob expectativa da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que anuncia amanhã a nova taxa básica de juros do país (hoje em 10,75% ao ano). Uma minoria dos economistas do setor financeiro acredita num ajuste (para cima) da chamada 'Selic', e a maioria aposta na manutenção das taxas no patamar atual.
O consenso de mercado, no entanto, aponta que o início do ciclo de alta desses juros deve começar em janeiro, provavelmente com um aumento de 0,5 ponto percentual.