Bovespa sobe 1,15% no fechamento, puxada por ações da Vale e siderúrgicas 13/12/2010
- Folha Online
As ações da Vale e das demais empresas baseadas em commodities metálicas arrastaram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), em seu maior ganho diário desde 24 de novembro. Os mercados reagiram positivamente quando ficou claro que, pelo menos no curto prazo, a China não deve subir os juros básicos, ao contrário das expectativas de boa parte dos analistas e investidores.
Uma das locomotivas da economia mundial, o gigante asiático é também um maiores importadores de matérias-primas. Por esse motivo, a "boa notícia" deu impulso renovado às cotações de commodities metálicas, ajudando a valorizar as ações de mineradoras, tanto no Brasil quanto na Europa.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, avançou 1,15% no fechamento, aos 69.126 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,6 bilhões. Nos EUA, as operações da Bolsa de Nova York não encerraram --o índice Dow Jones sobe X%.
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A ação preferencial da Vale subiu 1,84% e sozinha teve um volume de R$ 712 milhões em negócios. A ação preferencial da Gerdau valorizou 3%, enquanto a ação ordinária da CSN teve ganho de 4%. A exceção do dia foi a ação ordinária da MMX, que cedeu 4,3%.
As Bolsas europeias emendaram seu sexto dia consecutivo de valorização, com a alta de ações da BHP Billiton, Kazakhmys e Rio Tinto.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,701, em um declínio de 0,81%. A taxa de risco-país marca 167 pontos, número 1,82% acima da pontuação anterior.
Entre as poucas notícias importantes do dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, mostrou a maioria dos economistas do setor financeiro revisou para cima suas projeções para a inflação deste ano e de 2011. O IPCA prevista para 2010 passou de 5,78% para 5,85%. Para 2011, o índice projetado passou de 5,20% para 5,21%.
E a FGV revelou que a inflação medida pelo IGP-M (primeira estimativa) foi de 0,83% para dezembro, ante 1,45% em novembro (índice fechado). Economistas de corretoras previam uma variação em torno de 0,93%.
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos) lançou uma advertência sobre os riscos no processo de recuperação econômica da zona do euro. Segundo a entidade, a retomada ainda é "lenta e frágil" e que "a redução do deficit, como prioridade imediata, pode frear o crescimento a curto prazo".
CHINA
O foco dos negócios deve continuar a ser a China, que no final de semana divulgou uma inflação de 5,1% para o mês de novembro, ante 4,4% em outubro, confirmando as expectativas de aceleração. As Bolsas de Valores asiáticas e europeias, no entanto, reagiram positivamente nesta segunda, já que Pequim ainda não anunciou o temido aumento dos juros básicos.
"Ainda assim, no encerramento da conferência anual de planejamento econômico, a China se comprometeu com uma política monetária 'prudente', diante da preocupação de se evitar a formação de bolhas e sem buscar 'cegamente' uma taxa de crescimento elevada. Ou seja, permanecem no radar novas políticas visando conter excessos e desacelerar a inflação crescente", comentou Silvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin, em relatório semanal sobre as perspectivas do mercado.
Na sexta, o governo desse país elevou a taxa de recolhimento obrigatório dos depósitos bancários para a marca histórica de 19%. Analistas e investidores esperam mais medidas nesse sentido caso a inflação revelada no final de semana passada fosse muito mais alta.