Bovespa fecha praticamente estável; em dia cheio, investidor se retira do mercado 23/12/2010
- Folha Online
O investidor optou por fica de fora da Bolsa de Valores na véspera do final de semana prolongado. E assim como nos demais mercados, o índice de ações brasileiro oscilou sem firmar uma tendência. No front externo, a bateria de indicadores da economia americana divulgada hoje mostrou direções divergentes, e no campo da economia doméstica, o Banco Central confirmou o encarecimento do crédito para o consumidor.
O Ibovespa, que refletir as ações mais negociadas, subiu apenas 0,02% no encerramento das operações, marcando 68.485 pontos. O giro financeiro foi de apenas R$ 3,5 bilhões, muito abaixo da média do mês (R$ 6,8 bilhões/dia).
As Bolsas americanas até fecharam mais cedo hoje, às 16h45 (hora de Brasília), e o índice Dow Jones, uma referência mundial para os investidores, mal saiu do lugar (alta de 0,04%).
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As ações da Petrobras, que responderam por mais de 10% do giro total, ajudaram no fechamento levemente positivo de hoje. A ação preferencial, com giro superior a R$ 300 milhões, valorizou 0,11%, enquanto a ordinária ficou 0,17% mais cara.
A agência Fitch manteve o "rating" (nota de risco de crédito) da Petrobras. Na sua avaliação da estatal, a agência ressaltou como um dos pontos fortes o "comprovado acesso ao mercado financeiro", numa possível referência à bilionária capitalização desse ano.
"A Fitch avalia que a Petrobras vai continuar a se favorecer de um forte suporte financeiro da comunidade financeira local, incluindo o BNDES, e dos mercados de capitais estrangeiros, enquanto mantém uma liquidez saudável", avalia a equipe de analistas da agência.
Por outro lado, a agência fez ressalvas ao "interferência da política local" e um agressivo plano de investimentos no médio prazo, bem como a vulnerabilidade às flutuações dos preços de commodities (matérias-primas).
Nesse ano, a ação da estatal não cumpriu as "promessas" de decolar findo o processo de capitalização, e acumula perdas superiores a 25% em 2010.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,696, em um avanço de 0,11%. A taxa de risco-país marca 177 pontos, número 0,56% acima da pontuação anterior.
Nos EUA, o US Census Bureau (órgão de estatísticas americano) informou que o volume de encomendas de bens duráveis encolheu 1,3% no mês de novembro, em um desempenho pior do que o esperado pelo mercado financeiro (economistas estimavam contração em torno de 0,6%).
Ainda nos EUA, o total de pedidos iniciais pelos benefícios do auxílio-desemprego caiu de 423 mil para 420 mil nas duas últimas semana, conforme revelou o Departamento de Trabalho. Analistas projetavam uma redução em torno de mil registros.
E o Departamento de Comércio apontou que os gastos dos consumidores norte-americanos cresceram pelo quinto mês consecutivo (0,4%) em novembro, porém abaixo do previsto pelo mercado financeiro (0,5%). Já a renda dos trabalhadores subiu 0,3%, acima do esperado pelos economistas.
As vendas de imóveis novos nos EUA cresceram 5,5% em novembro. Em outubro, a comercialização de casas havia recuado para seu ponto mais baixo de 47 anos. O total de imóveis negociados no ano chegou a 290 mil no mês passado, abaixo das expectativas (300 mil).
E a agência Fitch rebaixou o "rating" (nota de risco de crédito) de Portugal, um dos vários países europeus às voltas com pesados deficits públicos e sob desconfiança dos mercados. A Fitch ressaltou as dificuldades do país em levantar recursos na praça financeira e assim, rolar suas dívidas.
BRASIL
O Banco Central informou que a taxa média de juros para pessoa física recuou para seu menor patamar desde 1994, em 39,1% ao ano, com a queda no 'spread' bancário (diferença entre custos de captação e o ganho dos bancos).