As ações brasileiras desvalorizam na jornada desta segunda-feira. Como previsto, o dia é marcado pelo volume bastante baixo de negócios e pela reação negativa à iniciativa chinesa de aumentar os juros básicos da economia, o que encarece o crédito e tende a refrear o nível de atividade do país.
O gigante asiático é um grande comprador de commodities brasileiras. E boa parte dos principais papéis negociados na Bolsa brasileira são justamente de empresas baseadas em matérias-primas.
O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, perde 0,61%, aos 68.066 pontos. O giro financeiro é de apenas R$ 928 milhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York retrocede 0,31%.
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O dólar comercial é cotado por R$ 1,693, em alta de 0,11%. A taxa de risco-país marca 176 pontos, número 1,12% abaixo da pontuação anterior.
Entre as primeiras notícias do dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, apontou que a maioria dos economistas do setor financeiro elevou novamente as projeções para inflação de 2011 -- de 5,29% para 5,31%. Para este ano, o IPCA previsto aumentou de 5,88% para 5,90%.
A balança comercial brasileira teve superavit de US$ 2,17 bilhões na quarta semana deste mês, acumulando um superavit de US$ 3,95 bilhões no mês. O Ministério do Desenvolvimento destaque o volume exportado neste ano, de quase US$ 198 bilhões, superou a marca histórica registrada em 2008.
No front externo, a agenda de indicadores ganha importância a partir de amanhã, com a divulgação de uma nova sondagem sobre o otimismo do consumidor americano, e a pesquisa S&P/Case Shiller (setor imobiliário dos EUA).
CHINA
O mercado deve repercutir o novo aperto da política monetária chinesa. O Banco do Povo (o banco central desse país) anunciou no sábado o aumento em 0,25 ponto percentual os juros básico, o que eleva a taxa de empréstimos para 5,85% ao ano. A taxa para remuneração de depósitos de um ano também foi ajustada, para 2,75% ao ano.
Trata-se da segunda vez em três meses que as autoridades chinesas ajustam os juros básicos da economia, em uma nova tentativa para conter a inflação e impedir a formação de 'bolhas' de preços em ativos financeiros. Ao aumentar essas taxas, o governo no custo do dinheiro no sistema bancário: os empréstimos para consumo e investimentos tendem a ficar mais caros.
Semanas antes, Pequim elevou o chamado compulsório bancário, a parcela mínima dos depósitos que os bancos são obrigados a manter em reserva (sem utilizar em operações de empréstimo), em uma medida clássica para retirar dinheiro em circulação da economia e desaquecer o consumo.
A inflação dos preços ao consumidor na China alcançou recorde de 28 meses em novembro passado, ao alcançar 5,1%. Ontem, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, declarou que o país será capaz de conter a alta dos preços.