Bovespa avança 0,35% no fechamento; valorização de ações da Petrobras puxa mercado 28/12/2010
- Folha Online
O mercado brasileiro de ações conseguiu sustentar a recuperação ensaiada logo na abertura dos negócios, com ordens de compra dirigidas principalmente para o setor de petróleo e gás. Os papéis da Petrobras, os mais negociados da Bolsa, tiveram ganhos mais expressivos neste pregão, e puxaram a alta do índice acionário. As Bolsas americanas, apesar dos indicadores frustrantes divulgados hoje, ainda operaram em terreno positivo.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,35% no fechamento, aos 68.040 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,18 bilhões, ainda abaixo da média do mês (R$ 6,8 bilhões/dia). Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, sobe 0,27%.
As ações da Petrobras tiveram forte alta no pregão de hoje, entre 2,3% (no caso das preferenciais) e 3% (no caso das ordinárias). Juntos, os dois papéis responderam por pouco mais de R$ 700 milhões em negócios.
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Nesta semana, a estatal reportou um aumento na produção de petróleo em novembro (tanto na comparação mensal quanto anual), além do início dos testes da área de Guará (Bacia de Santos), o que foi bem visto por analistas.
Também ajudou na valorização desses papéis a alta dos preços do barril de petróleo, que ultrapassaram a marca de US$ 91 na praça de Nova York. Mas profissionais do setor financeiro também não descartam um ajuste "de calendário" nos preços desses ativos.
"Além da alta do barril, acho que também houve a atuação de [gestores] dos grandes fundos de investimentos, para melhorar a rentabilidade das cotas neste final de ano. Nós temos de lembrar que o volume de negócios da Bolsa está muito pequeno, e umas poucas operações já ajudam a mexer nos preços das ações", comenta Paulo Hegg, da Um Investimentos.
Os ativos da Petrobras, por fazerem parte do índice Ibovespa (com grande peso nesta cesta de ações), são presenças regulares nas carteiras dos fundos de renda variável.
O mercado ainda tem expectativas bastante moderadas para o papel da Petrobras, que desvalorizou cerca de 25% neste ano. Para "descolar" do chão, o ativo precisa "reconquistar" a confiança de investidores estrangeiros e grandes fundos, os principais motores que fazem as ações deslancharem.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,692, em alta de 0,11%. A taxa de risco-país marca 178 pontos, número 1,71% acima da pontuação anterior.
EUA
Entre as poucas notícias importantes do dia, o instituto privado Conference Board reportou que o nível de confiança do consumidor americano caiu para 52,5 pontos em dezembro ante 54,3 em novembro. Economistas do setor financeiro projetavam um resultado na faixa dos 55,8 pontos.
Ainda nos EUA, a pesquisa S&P/Case-Shiller estimou uma queda de 1,3% nos preços dos imóveis durante outubro, na comparação com setembro. Esse levantamento abrange as 20 maiores regiões metropolitanas do país. Ainda conforme essa pesquisa, os valores dos imóveis ficaram mais baixos em todas as cidades monitoradas, o que não ocorria desde fevereiro de 2009.
BRASIL
Sondagem da FGV indica que um terço dos empresários do setor industrial prevê aumentar sua folha de pagamento nos próximos meses.
Os números apontam para a continuação da queda no desemprego no país. Nas seis principais regiões metropolitanas pesquisadas, a taxa ficou em 5,7% em novembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), atingindo o menor patamar contabilizado desde março de 2002.