SP aguarda garantias do Corinthians para Itaquerão ainda neste mês ou buscará plano B 05/01/2011
- Mariana Bastos - Folha Online
Em sua nova gestão, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem uma obsessão: confirmar a capital paulista como sede da abertura da Copa de 2014.
O governo apoia a construção do estádio em Itaquera. Mas o Corinthians ainda não mostrou como pagará os cerca de R$ 600 milhões necessários para erguer a arena.
"Essa situação tem que estar definida neste mês porque já entramos em 2011, temos a Copa das Confederações em 2013 e o Mundial em 2014", afirmou Jorge Roberto Pagura, novo secretário de Esportes de São Paulo, que será empossado hoje.
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Ele deverá ter um papel mais decisivo em assuntos relativos à Copa que seu antecessor, Claury Alves.
Em entrevista à Folha, Pagura disse ontem que confia na capacidade do Corinthians de viabilizar financeiramente o projeto, mas afirmou que o governo trabalha com um plano alternativo.
"O governo tem que sempre trabalhar com um plano B. O governo não vai deixar escapar a abertura de São Paulo. Estuda-se um plano B desde que não precise pôr dinheiro em estádio", afirmou.
Uma hora após a entrevista, a assessoria de imprensa do secretário solicitou, a pedido dele, para retificar a declaração, afirmando que o governo só procurará um plano alternativo caso o Corinthians não apresente suas garantias até o fim deste mês.
O presidente do Corinthians, Andres Sanchez, já disse que até o fim de janeiro anunciará a empresa que bancará a ampliação do estádio para 65 mil lugares.
Inicialmente, a arena havia sido projetada para 48 mil pessoas, e a Odebrecht bancaria a obra, cotada em R$ 400 milhões. Com o aumento do orçamento, não se sabe quem bancará os R$ 200 milhões adicionais, necessários para viabilizar o Itaquerão para a abertura da Copa.
Além da preocupação com o estádio paulistano, o governo estadual deverá intensificar o lobby para que a cidade receba o maior número de eventos paralelos à Copa.
Até a festa de abertura do Mundial-2014, já pleiteada por Fortaleza, passou a ser alvo da cobiça paulista.
"Estamos pleiteando tudo. A prioridade é o jogo de abertura, mas vamos lutar pelo maior número de eventos que pudermos receber. Se possível, queremos fazer a festa de abertura em outro estádio", disse o secretário.
"Queremos também o IBC [centro de mídia]. E não tenho dúvidas de que o Congresso da Fifa deve vir para São Paulo. Em termos de hotelaria cinco estrelas, a cidade é uma das mais preparadas para esse evento", falou Pagura, lembrando que o principal concorrente é o Rio.