Automóvel ficará mais colorido e mais compacto 11/01/2011
- Cláudio Rolli e Tatiana Resende - Folha de S.Paulo
O automóvel do futuro será menos preto, menos prata e menos cinza. Será mais econômico e mais compacto.
Até o final da década, carros elétricos e híbridos, com tecnologias que permitem maior economia de combustível e menos emissão de poluentes, também devem ganhar espaço nas vendas.
Mas os preços ainda elevados só poderão ser bancados por quem pode pagar mais para contribuir com a sustentabilidade do planeta.
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A previsão é de fabricantes, engenheiros, designers e consultores que atuam no mercado automobilístico.
Ford, Fiat, Kia e GM são algumas das montadoras que escolheram, por exemplo, investir em tonalidades diferentes. Caso dos modelos Novo Fiesta, Novo Uno, Soul e Montana, respectivamente.
"Daqui a pouco o funeral nas ruas vai acabar", diz Daniel Nosaki, supervisor de design da GM e professor na Escola Mauá de Engenharia, ao se referir à quantidade de carros pretos nas ruas.
Hoje, 7 em cada 10 veículos da frota brasileira ainda são prata, preto e cinza. Essa relação deve cair pela metade nos próximos 5 a 10 anos, na estimativa de parte dos fabricantes.
Cores consideradas mais ousadas, como amarelo citrus e verde box, ganham espaço. Vermelho e azul são as opções de 10% e 5% dos clientes, respectivamente.
Na Kia, há fila de espera pelo Picanto amarelo. "Depois de uma personagem da novela 'Passione', da Globo, dirigir um modelo dessa cor, o carro virou febre", diz José Gandini, presidente da montadora e da Abeiva (associação das marcas importadas sem fábrica no país).
DESIGN
Design é um fator que deve continuar sendo cada vez mais considerado na hora da compra --seja nas linhas externas, seja no espaço interno mais amplo, para trazer conforto ao consumidor.
Por isso, acertar o design apropriado para cada mercado é justamente o maior desafio das montadoras, avalia Cledorvino Belini, presidente da Anfavea (associação que reúne os fabricantes).
O consultor Marcelo Cioffi, sócio da PricewaterhouseCoopers, vai mais longe e acredita que o modelo de negócio que vai vencer é o "mais enxuto".
"O grande desafio da indústria no futuro vai ser buscar a diferenciação atendendo o gosto dos consumidores com poucas plataformas de grandes volumes para baratear o custo", diz.
Paulo Roberto Garbossa, professor do CEA (Centro de Estudos Automotivos), cita as inovações relacionadas à substituição de materiais para diminuir o peso e aumentar a eficiência do veículo.
O design também tem de estar associado a inovações tecnológicas, avalia Maurício Grecco, gerente de comunicação e marketing da Ford.
Caso do sistema MyFord Touch, apresentado no início de 2010, que substitui o console por uma tela.
"A tendência é que a conectividade se popularize e não se restrinja a carros mais caros", diz.