Bovespa fecha com perdas de 1,27%; Europa e EUA mexem com mercados 13/01/2011
- Folha Online
Apesar da abertura bastante positiva, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não emendou sua quarta sessão de ganhos nesta semana. A forte demanda pelos títulos europeus nos leilões até animou os investidores, mas uma bateria de indicadores frustrantes da economia americana serviu de justificativa para uma realização de lucros (venda de ações muito valorizadas no curto prazo).
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, retrocedeu 1,27% no fechamento, aos 70.721 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,5 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cai 0,34%, antes do encerramento das operações.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,669, em um decréscimo de 0,47%. A taxa de risco-país marca 167 pontos, número 2,45% acima da pontuação anterior.
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Entre os vários indicadores já divulgados nos EUA, chamou a atenção o aumento acima das expectativas da inflação, conforme a leitura do PPI (preços no atacado). O índice teve uma variação de 1,1% em dezembro, ante 0,8% em novembro e 0,4% em outubro, bem acima do que o mercado esperava (variação de 0,8% no último mês do ano passado).
Outra notícia negativa veio do mercado de trabalho americano: as solicitações de auxílio-desemprego atingiram a cifra de 445 mil na semana passada, num acréscimo de 35 mil pedidos iniciais desse benefício, quando os analistas contavam com uma redução de 2 mil registros.
Em uma fraca "compensação" das notícias anteriores, o deficit comercial dos EUA cresceu menos do que o esperado, atingindo a casa dos US$ 38,3 bilhões em novembro, enquanto muitos esperavam uma cifra em torno dos US$ 41 bilhões.
EUROPA
Em um dos eventos mais importantes do dia, a Espanha conseguiu colocar no mercado perto de 3 bilhões de euros em títulos da dívida nacional, que embutem uma rentabilidade média de 4,5% ao ano, a remuneração mais alta desde 2008 oferecida nesses papéis.
A operação se destacou por uma forte demanda, que bateu o dobro da oferta original, e animou os investidores. A Bolsa de Valores madrilena, que ontem disparou 5,4%, hoje teve ganhos de 2,66%.
A Itália, por sua vez, emitiu 6 bilhões de euros em títulos públicos, numa oferta que teve demanda para 8,5 bilhões.
"O desempenho acima das expectativas do comércio varejista em novembro [no Brasil] (...) com o resultado positivo dos leilões de títulos, não apenas reforçou o nosso cenário referencial de alta da taxa básica de juros na próxima semana, mas também, a expectativa positiva de que o índice Ibovespa do mercado acionário possa romper brevemente o nível recorde de 73.516,8 pontos de maio de 2008", avaliam os analistas da Prosper Corretora, em relatório aos clientes publicado ainda pela manhã.
Ontem, Portugal já surpreendeu positivamente, ao emitir 1,2 bilhão de euros em títulos, a taxas um pouco menores e forte demanda. Esses dois países foram alvo da desconfiança dos mercados, devido a uma combinação perigosa de baixo crescimento e enormes deficits públicos, o que gerou a suspeita de que não seriam capazes de saldar seus compromissos financeiros.
BRASIL
O IBGE apontou que o nível de emprego no setor industrial permaneceu estável em novembro, pelo terceiro mês consecutivo. Em relação a novembro de 2009, houve expansão de 3%, décima taxa positiva consecutiva nesta comparação.
Já a Fiesp (federação da indústria paulista) revelou que o nível de emprego no Estado aumentou 4,7% em 2010, o maior aumento da série histórica do indicador iniciada em julho de 2005.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) adiantou que o país criou 2,55 milhões de empregos formais em 2010, em um resultado histórico.