Bovespa fecha em queda de 0,18%; ações da TAM desvalorizam 7% 31/01/2011
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não cumpriu os prognósticos de uma recuperação na rodada de negócios desta segunda-feira. Nem a valorização vista nas Bolsas americanas, que costuma animar as ordens de compra por aqui, animou o investidor. No pregão brasileiro, as ações do setor bancário e do setor de construção civil pesaram negativamente.
Outro destaque negativo do dia foram as ações da companhia aérea TAM. A interrupção no processo de fusão com a LAN chilena não foi bem vista pelo mercado e as ações desvalorizaram 7,15%. J'as ações preferenciais da companhia aérea rival Gol cederam 2,9%.
O desempenho mensal da Bolsa também foi negativo, com uma perda acumulada de 3,9%. No mesmo período, o dólar comercial valorizou 0,48%.
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O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, sofreu queda de 0,18% no fechamento, aos 66.574 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,55 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, sobe 0,4%, pouco antes do encerramento dos negócios.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,674, em queda de 0,65%. A taxa de risco-país marca 4,89% abaixo da pontuação anterior.
A economia americana fornece algumas das notícias mais positivas do dia. Por lá, o nível de renda do consumidor aumentou 0,4% em dezembro, batendo as expectativas do setor financeiro, enquanto o nível de gastos cresceu 0,7%, bem acima das projeções do mercado (0,5%).
O setor corporativo também ajudou: a gigante petrolífera ExxonMobil apresentou lucros de R$ 9,2 bilhões no último trimestre do ano passado, o que superou de longe as previsões do setor financeiro.
Mas o cenário externo também foi fonte de tensão: a crise no Egito já afetou os mercados na sexta-feira, e seguiu no "radar" dos investidores na jornada de hoje. Tudo porque o país desempenha um papel importante na região responsável pelo fornecimento mundial de petróleo, e esse nervosismo fez as cotações do barril encostarem na casa dos US$ 90 na praça de Nova York.
E há também a China, e a preocupação constante de um novo aperto monetário. "A partir desta quarta os mercados locais fecham, com as festividades do ano novo lunar - segundo jornal do país, o governo poderia aproveitar o período para promover mais um aumento dos juros", lembra Silvio Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin.
O noticiário doméstico ainda não estimula o apetite por risco dos investidores. Há um renovado temor de que o governo vai lançar mão de medidas par esfriar a economia, de forma a combater a alta dos preços. O boletim Focus mostra que o mercado financeiro está preocupado com isso e não espera um alívio na inflação: as projeções para a variação do IPCA passaram de 5,53% para 5,64%, ainda bem acima da meta para o ano.
E ainda não está claro na mente dos investidores de que forma isso será feito, e em que medida a equipe econômica vai dosar a receita habitual de alta dos juros com novas "medidas macroprudenciais".
As ações dos bancos, as principais "vítimas" no caso de uma iniciativa para conter a concessão de crédito, ainda são os maiores alvos dos mais cautelosos. Hoje, os papéis dos maiores instituições financeiras tiveram perdas entre 1,37% (Santander) e 1,97% (Banco do Brasil).
Não escaparam da derrocada nem as ações do Bradesco (baixa de 1,5%), que divulgou hoje um lucro de R$ 2,98 bilhões para o quarto trimestre, isto é, 37% maior que o resultado de um ano atrás.