Veja diferença entre as linhas de crédito para imóveis 03/02/2011
- Folha Online
O Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aumentou ontem os valores dos imóveis financiados com recursos do fundo, que foi de no máximo R$ 130 mil para R$ 170 mil. A medida trará mudanças para dois tipos de linhas de financiamento: a carta de crédito FGTS e o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.
A principal diferença entre elas é o tipo de imóvel financiado. No MCMV é possível obter crédito apenas para a compra de imóveis novos e com Habite-se (certificado de conclusão de obra) emitido a partir de 26 de março de 2009. Já na carta de crédito FGTS a possibilidade é estendida para casas e apartamentos usados.
Em ambos os casos, apenas famílias com renda entre R$ 465 e R$ 4.900 podem solicitar o crédito, que tem juros de 5% a 8,16% ao ano mais TR (Taxa Referencial).
PUBLICIDADE
O programa do governo federal tem ainda algumas vantagens em relação à outra linha, como o desconto na compra da habitação para famílias com renda de até R$ 2.790. Quanto menor o ganho mensal, maior o valor liberado. No caso dos que ganham até R$ 1.395, o subsídio é de até R$ 23 mil. Já para os que ganham entre R$ 1.395 e R$ 1.860 o teto sobe para R$ 16 mil. Entre R$ 1.860 e R$ 2.325 vai até R$ 9.000 e, por último, de R$ 2.325 a R$ 2.790 fica em até R$ 2.000.
O desconto também é maior para quem mora nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Ainda no MCMV, as famílias que recebem até R$ 1.395 pagam prestação equivalente a 10% da renda durante dez anos, com prestação mínima de R$ 50, corrigida pela TR. Esse benefício não é oferecido na carta de crédito FGTS.
Para conseguir empréstimos sem limite de rendimento ou do valor do imóvel, é preciso usar os recursos da poupança, com juros maiores.
REVISÃO
Ontem, o governo aumentou os valores dos imóveis construídos dentro do programa e financiados com recursos do FGTS.
Com isso, nas regiões metropolitanas de São Paulo, do Rio de Janeiro e no Distrito Federal, as casas e apartamentos podem chegar a R$ 170 mil. Até agora, o valor máximo era de R$ 130 mil.
Nas demais capitais e cidades com mais de 1 milhão de habitantes, o valor passou de R$ 130 mil para R$ 150 mil. Nos municípios que têm entre 250 mil e 1 milhão de habitantes, passou de R$ 100 mil para R$ 130 mil, e, naqueles com população entre 50 mil e 250 mil habitantes, de R$ 80 mil para R$ 100 mil.
Nos restantes, o valor foi mantido em R$ 80 mil.
INTENÇÃO DE COMPRA
A demanda no país por imóveis quase dobrou em dois anos, puxada pelas classes C, D e E. Mais de 9,1 milhões de famílias brasileiras declararam intenção de comprar uma habitação em um prazo de até 12 meses no fim de 2010, o que representa 4,9 milhões a mais do que no último trimestre de 2008.
A constatação é baseada em pesquisa do Data Popular, obtida pela Folha, e feita com 3.005 brasileiros em 35 municípios. A projeção é realizada a partir das respostas dadas pelos entrevistados.
A economia aquecida e o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado pelo governo federal em abril de 2009, são apontados por especialistas como os principais fatores para o impulso.