Bovespa fecha em alta de 0,11%, com ações da Petrobras 03/02/2011
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) desvalorizou durante boa parte da sessão de negócios desta quinta-feira, e somente foi "poupada" de um fechamento em terreno negativo por compras de última horas, acumuladas principalmente no setor de petróleo e gás. Uma bateria de indicadores positivos nos EUA pouco ajudou a reduzir a cautela dos mercados na jornada de hoje.
Investidores operaram sob expectativa do fundamental relatório do Departamento de Trabalho dos EUA, que publica amanhã a taxa de desemprego do país, bem como o ritmo de criação de vagas, no mês de janeiro.
Hoje, o próprio presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Ben Bernanke, admitiu: "até virmos um período sustentável de forte criação de emprego, não podemos considerar que a recuperação foi verdadeiramente estabelecida".
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O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,11% no fechamento, aos 66.764 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,64 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avança 0,30%, pouco antes do final das operações.
"Hoje, foram basicamente as ações da OGX e da Petrobras que 'salvaram' o índice. Foram os papéis mais negociados do pregão: o primeiro, com mais de R$ 660 milhões [em operações]; o segundo, mais de R$ 700 milhões, e valorizaram com a alta do petróleo. A ação da Vale ainda ajudou um pouco, ficando praticamente no 'zero a zero'. E nós sabemos: o índice é basicamente Petrobras e Vale", comenta Lucas Mathias, assessor da Geral Investimentos.
A ação preferencial da Petrobras teve ganho de 0,82% enquanto a ordinária ficou 1,61%, concentrado quase R$ 1 bilhão em negócios na Bolsa.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,670, em alta de 0,11%. A taxa de risco-país marca 164 pontos, mantendo a pontuação anterior.
Entre as primeiras notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA revelou que o total de solicitações iniciais pelos benefícios de auxílio-desemprego caíram até a semana passada, numa redução de 42 mil registros, para um montante de 415 mil. Economistas do setor financeiro projetavam uma cifra muito superior, na casa dos 457 mil.
Essa demanda é vista como um importante termômetro das condições do mercado de trabalho local, justamente um dos pontos fracos no processo de retomada econômica.
Outro órgão do governo americano revelou números também fundamentais dessa economia: o Departamento de Comércio reportou um crescimento de 0,2% no volume de encomendas ao setor industrial, abaixo das projeções de 1,3%. No acumulado de 2010, esse indicador teve um crescimento de 11,9%, o mais alto desde 1993.
E a entidade privada ISM apontou, em uma sondagem com empresários do setor de serviços, o 14º mês consecutivo de expansão do nível de atividade, e num ritmo até mais forte do que o esperado: o índice que sintetiza os resultados dessa pesquisa teve uma leitura de 59,4 pontos em janeiro, ante 57,1 em dezembro.
Ainda no front externo, o escritório de estatísticas europeu, o Eurostat, informou que o volume de vendas no setor varejista sofreu queda de 0,6% no mês de dezembro, entre os países da zona do euro. Na comparação com dezembro de 2009, o resultado é ainda pior, mostrando uma retração de 0,9%.
EMPRESAS
Grandes empresas aqui e no exterior já divulgaram lucros robustos pela manhã. O destaque maior é a Unilever (produtos de higiene pessoal), que entrou um lucro de 955 milhões de euros (aproximadamente US$ 1,32 bilhão) no quarto trimestre, em um crescimento de 15% sobre os resultados de um ano atrás. O lucro por ação foi de 0,33 euro no último trimestre do ano passado, ante projeções de 0,30 euro por ação.
No front doméstico, o Banco Santander alcançou o lucro líquido recorde de R$ 7,382 bilhões em 2010 em suas operações brasileiras, que representa aumento de 34% na relação com 2009. No quarto trimestre, o resultado foi R$ 1,918 bilhão, 20,5% acima do mesmo período de 2009. O papel dessa instituição financeira desvalorizou 1,31%, seguindo a tendência geral do segmento.
Já a credenciadora de cartões Redecard anunciou lucro líquido de R$ 348,7 milhões no quatro trimestre de 2010, queda de 13,4% na comparação com o mesmo período de 2009. A ação ordinária sofreu perdas de 2,5%.