Bovespa sofre pior tombo desde novembro no fechamento 09/02/2011
- Folha Online
Desde o final de novembro a Bolsa de Valores brasileira não registrava um "tombo" tão forte como o desta quarta-feira, que jogou o índice de ações para o nível de preços mais baixo em quase seis meses. As Bolsas americanas, a principal referência externa do investidor, operaram com perdas durante todo o pregão. E no final da tarde, o anúncio oficial de um corte de R$ 50 bilhões no orçamento público ajudou a tirar a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) do campo negativo.
"O número veio dentro das expectativas, entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões. Dada a nossa necessidade de um ajuste das contas públicas, uma austeridade fiscal adicional seria bem importante", comenta Osmar Camilo, analista da Socopa Corretora.
Para deter a alta da inflação, economistas consideram fundamental o controle do deficit público. Como o tamanho dos cortes públicos previstos não surpreendeu, os analistas do setor financeiro consideram que o esforço para conter o consumo (e deter o avanço dos preços) terá que vir do Banco Central, isto é, por meio do ajuste dos juros básicos (hoje em 11,25% ao ano). Em geral, juros mais altos não favorecem o mercado acionário.
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O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, retrocedeu 2,36% no fechamento, aos 64.217 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,5 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, perde X%, pouco tempo antes do fim das operações. O índice mais abrangente, o S&P500, cai X%.
Dentre as 69 ações que compõem o índice Ibovespa, somente três registraram alguma valorização hoje: LLX (6,68%), BM&FBovespa (3,57%) e OGX (0,24%).
Segundo analistas gráficos, a Bolsa de Valores brasileiras ainda deve oscilar na faixa dos 63.750 pontos antes de esboçar alguma recuperação. E as projeções mais otimistas, que apontavam o retorno do Ibovespa aos seus topos históricos ainda no curto prazo, ficaram "de molho".
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,661, em um declínio de 0,35%. A taxa de risco-país marca 171 pontos, número 3% acima da pontuação anterior.
Entre outras notícias importantes do dia, Ben Bernanke, presidente do banco central dos EUA, declarou que o nível de desemprego --que recuou para 9% em janeiro-- deve demorar vários anos para voltar aos níveis regulares.
O governo alemão apontou um crescimento de 18,5% nas exportações em 2010, elevando o superavit comercial para 154,3 bilhões de euros (US$ 210,5 bilhões) ante 138,7 bilhões de euros em 2009. No mesmo período, as importações aumentaram 11%. O setor externo foi um dos principais motores do crescimento da economia alemã, a maior da Europa.
O IBGE apontou que a produção industrial do país cresceu em todas as 14 regiões pesquisadas no ano de 2010, sendo que em cinco o incremento foi acima da média nacional. Somente a indústria paulista apresentou aumento de 10,% em sua produção no ano passado.
No front corporativo, a empresa de TV por assinatura Net apurou um lucro líquido de R$ 307,15 milhões no exercício do ano passado, o que representa um decréscimo de 58,26% sobre o ganho apurado no balanço de 2009. A ação preferencial teve ganho de 1,61% na jornada de hoje.