Bovespa perde 1,19% no fechamento, com nervosismo no exterior 21/02/2011
- Folha Online
As turbulências políticas do Oriente Médio, desta vez com foco na Líbia, afetaram o apetite por risco dos investidores, numa sessão caracterizada ainda pela falta das Bolsas americanas. Com poucos indicadores, mas com um agenda cheia pela frente, os participantes do mercado de ações optaram em sua maioria pela ponta de venda.
O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, recuou 1,19%, aos 67.258 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,61 bilhões. Esse volume, no entanto, inclui o vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 2,3 bilhões nesta segunda. Descontado esse "fator técnico", o montante de negócios foi bastante fraco.
A disparada dos preços do petróleo pouco ajudou as ações da Petrobras, que subiram apenas 0,1% no caso das preferenciais. Pelo fato da empresa ser estatal, poucos investidores acreditam num repasse das cotações mais altas do petróleo para os preços domésticos de combustíveis.
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Entre outros destaques do dia, as ações da Gol e da Tam perderam 3,6% e 3,1%, respectivamente, com investidores antecipando o impacto da alta dos combustíveis nos custos operacionais.
Na Europa, a Bolsa de Londres fechou com perdas de 1,12%, enquanto a Bolsa de Frankfurt caiu 1,41%.
Os próximos dias prometem ainda mais instabilidade, como adianta a equipe de analistas da Planner, em seu boletim de hoje. "A semana será farta de indicadores nos Estados Unidos e no Brasil, que deverão influenciar a curva do mercado. Teremos maior quantidade de resultados divulgados, com destaque para Vale e Petrobras, respectivamente na quinta e na sexta-feira, após o fechamento do pregão. Nossa expectativa ainda é de volatilidade, em razão da tensão no exterior".
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,668, em um acréscimo de 0,24%. O Banco Central realizou dois leilões para compra de dólar a termo (com liquidação para a primeira quinzena de março), aceitando ofertas com taxas por R$ 1,6701 e por R$ 1,6736 nas duas operações. Desta vez, a autoridade monetária optou por não promover seus habituais leilões de dólar à vista.
Entre as poucas notícias do dia, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro elevou novamente as projeções para a inflação deste ano e de 2012. A variação prevista do IPCA de 2011 passou de 5,75% para 5,79%. Para o ano que vem, a estimativa foi revista de 4,70% para 4,78%.
A projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) permaneceu em 4,50% para 2011 e 2012. A estimativa para o dólar foi reduzida de R$ 1,72 para R$ 1,70 ao final de 2011 e, para 2012, permaneceu em R$ 1,80.
A balança comercial brasileira teve um superavit de US$ 1,6 bilhão nas três primeiras semanas de fevereiro. A média por dia útil atingiu US$ 111,2 milhões, um crescimento de 414,6% na comparação com fevereiro de 2010.