Bovespa avança 1,57% no fechamento, apesar de alta do petróleo 02/03/2011
- Folha Online
Dados um pouco mais animadores sobre a economia americana tiveram maior peso nos negócios que a alta dos preços do petróleo. Investidores voltaram às compras, com destaque para as ações "carro-chefe" do mercado, Vale e Petrobras, que responderam por quase um terço dos negócios desta quarta-feira.
Em Nova York, o barril do tipo WTI atingiu US$ 102,23, em um incremento de quase US$ 3 sobre a cotação de ontem. Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte alcançou US$ 116,35.
O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, teve ganho de 1,57% no fechamento, aos 67.281 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,4 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu apenas 0,07%. O índice S&P500, mais abrangente, avançou 0,16%.
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Operadores notaram o retorno de investimentos estrangeiros à praça, após dois meses de retirada. Os investidores "não-residentes", historicamente, respondem por cerca de 30% dos negócios da Bolsa brasileira, ajudando a definir as tendências do mercado.
Para os analistas da Lerosa Investimentos, o mercado já contava com o barril na marca dos US$ 100, com as turbulências políticas no Oriente Médio, o reduziu o impacto da disparada de hoje dos preços. Alguns especialistas ainda contam com a possibilidade dos preços recuarem no curto prazo, quando passar o pior momento da crise geopolítica.
Entre os destaques do dia, a ação da Petrobras valorizou 2,15%, movimentando R$ 740 milhões em negócios. A ação da Vale, que teve um giro ainda maior (R$ 927 milhões), teve alta de 1,24%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,660, em um declínio de 0,24%, após oscilar entre R$ 1,665 e R$ 1,659 ao longo do expediente.
EUA E COPOM
Entre as principais notícias do dia, a economia dos EUA criou vagas pelo 13º mês consecutivo. Em fevereiro, foram abertas 217 mil vagas (já descontadas as demissões) no setor privado, conforme acompanhamento da consultoria ADP. Em janeiro, a cifra registrada foi de 189 mil. Economistas do setor financeiro projetavam uma cifra em torno de 185 mil para o segundo mês do ano.
A publicação do relatório oficial sobre a criação de postos e taxa de desemprego nos EUA, na sexta, é o maior destaque da agenda externa desta semana. O levantamento da ADP é considerado como uma estimava prévia do número oficial.
Perto do final de tarde, o Federal Reserve (banco central dos EUA) comentou que o crescimento do país ainda está entre "fraco e moderado", ainda que o setor manufatureiro tenha mostrado um desempenho "sólido" nos últimos meses. Em relação ao mercado de trabalho, um principais pontos fracos do processo de recuperação, os diretores do "Fed" notaram somente que "melhorou levemente".
Ainda no front externo, a agência de estatísticas Eurostat informou que a inflação para os países da zona do euro foi de 1,5% em janeiro, puxada pelo aumento dos custos de energia. A taxa surpreende o mercado, que previa 1%.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) reportou um aumento de 0,2% na produção industrial em janeiro ante dezembro, na sequência de um recuo de 0,8% no final de 2010 e 0,1% em novembro. No confronto com igual mês do ano anterior, houve expansão de 2,5%, repetindo o resultado observado em dezembro.
O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia a nova taxa básica de juros brasileira nas próximas horas. As apostas do mercado se dividem entre um ajuste de 0,50 ponto percentual (maioria) ou 0,75 ponto percentual. O juro básico atual é de 11,25% ao ano.