Bünge e DuPont oferecem prêmio para a soja convencional 03/08/2006
- Agência Estado
A Solae -- parceria entre a DuPont e a Bünge -- irá pagar um prêmio pela soja convencional adquirida de produtores do Rio Grande do Sul que aderirem a um programa de incentivo a esta variedade de oleaginosa na safra 2006/07.
O programa foi lançado hoje e prevê que o agricultor poderá optar por prêmio fixo de R$ 2,40 por saca ou 8% sobre o valor de mercado no momento da venda.
A Solae assume o compromisso de adquirir toda a produção convencional contratada antes do plantio dentro das regras do programa, explicou o diretor de manufatura para América Latina e África do Sul, Geovane Cônsul.
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A companhia prevê a compra de aproximadamente 200 mil toneladas de soja em 2007, das quais irá buscar 70% de produto convencional e o restante de grãos não segregados. ¨Queremos garantir que se produza no Rio Grande do Sul esse volume de soja convencional¨, disse Consul.
A soja transgênica predomina no Estado, por onde o grão foi introduzido de forma ilegal no Brasil, antes que houvesse legislação regulando seu plantio. Se não for possível assegurar esse volume, a Solae poderá comprar de outros Estados, como já ocorre.
Para atender sua demanda atual de soja convencional, a Solae recorre principalmente a cooperativas do Paraná, disse Consul. Mais de 90% da soja convencional são obtidos fora do Rio Grande do Sul, o que aumenta o custo de transporte do produto até Esteio (RS), onde a companhia fabrica proteínas isoladas, texturizadas, concentradas e fibra dietética de soja, principalmente para a indústria alimentícia. Os produtos industrializados com soja transgênica são destinados ao mercado interno e exportações, sendo que o primeiro grupo recebe o rótulo obrigatório para identificar o uso de componente geneticamente modificado.
Qualquer agricultor pode aderir ao programa, independente da área disponível. Se o produtor cultivar também transgênicos, terá que segregar o grão na lavoura e após a colheita. ¨Queremos criar um mercado de nicho para a soja convencional¨, observou o diretor da Solae, ressaltando que o programa inclui suporte para a segregação. O programa prevê também a possibilidade de financiar insumos ao agricultor, por meio da DuPont, que fornecerá defensivos, e da Bunge, que entrará com crédito. O orçamento para financiar esta etapa é indefinido e o pacote de financiamento dependerá da escolha do agricultor, conforme Cônsul.
A Bunge, que compra cerca de 30% da safra gaúcha, ficará responsável pela aquisição do grão no programa. O produtor interessado deve procurar as unidades da Bunge no Rio Grande do Sul para manifestar sua vontade de participar. Como efeito adicional, Consul disse que haverá uma economia de ICMS, já que a empresa deixará de pagar o imposto interestadual na compra de soja de outros Estados.