DIA A DIA

Crise nuclear no Japão faz mercados cederem; Bovespa cai 2,1%
15/03/2011 - Folha Online

Os novos desdobramentos da tragédia no Japão, com o agravamento da crise nuclear no país, leva pânico aos mercados financeiros nesta terça-feira. A Bolsa japonesa, que ontem caiu 6,2%, desabou 10,55% na sessão de hoje, disparando uma onda de vendas nos demais mercados asiáticos e europeus. Analistas avaliam que, desta vez, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) dificilmente deve escapar da derrocada generalizada das Bolsas. Ontem, a Bolsa brasileira fechou em alta de 0,7%, enquanto os demais mercados desvalorizaram.

O Japão é a terceira maior economia mundial e um dos maiores compradores de commodities como minério de ferro e petróleo. Por esse motivo, economistas temem os efeitos do desastre natural nesse país para a recuperação da economia global.

Nos primeiros negócios de hoje, o índice Ibovespa aponta uma queda de 2,16%, aos 65.717 pontos. Na Europa, a Bolsa de Londres perde 2,65%, a Bolsa de Paris cai 3,69%, enquanto o índice acionário Dax, de Frankfurt, retrocede 4,94%.


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Na Ásia, além da fortes perdas registradas no mercado de Tóquio, a Bolsa de Xangai cedeu 1,40% e a Bolsa de Hong Kong, 2,85%.

O dólar comercial é negociado por R$ 1,675, em um avanço de 0,78% sobre o fechamento de ontem. A taxa de risco-país marca 183 pontos, número 7% acima da pontuação anterior.

Além da catástrofe asiática, os investidores e analistas permanecem de olho na situação do Oriente Médio e do norte da África, ainda sem um desfecho à vista para a crise da Líbia. Tumultos na Arábia Saudita recentemente mexeram com os nervos dos agentes financeiros, e devem permanecer no "radar" do mercado.

E no meio da tarde, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) divulga sua nova decisão na área de política monetária. Nenhum economista espera que a autoridade econômica americana mexa na "banda" de juros (em torno de 0,25% ao ano), mas os analistas devem ficar atentos à avaliação do "Fed" sobre o ritmo de recuperação e as pressões inflacionárias nos EUA, num mundo em que as commodities ficaram mais caras.

Entre outras notícias importantes do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou uma expansão de 1,2% na atividade comercial em janeiro, ante um aumento de 0,2% em dezembro. Já na comparação com janeiro de 2010, o comércio cresceu 8,3%.

Na Europa, a agência de estatísticas apontou um crescimento de 0,1% no nível de emprego entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2009, houve um incremento de 0,3%.

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