Bovespa modera perdas por Japão e fecha em queda de 0,24% 15/03/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
O desastre entrevisto nas primeiras horas da rodada de negócios desta terça-feira não se materializou e as Bolsas de Valores tiveram perdas somente moderadas em boa parte das praças financeiras.
A exceção mais evidente foi a Bolsa de Tóquio, que desabou 10,5%. Terceira maior economia mundial, o Japão enfrente as consequências sociais e econômicas de uma catástrofe natural, agravada por problemas em suas usinas nucleares.
Pela manhã, a possibilidade de um vazamento de grandes proporções levou pânico aos mercados. Mais tarde, a agência nuclear das Nações Unidas apontou uma queda nos níveis de radiação na usina mais danificada, o que ajudou a tranquilizar os ânimos, ainda que de forma relativa.
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Analistas também mencionaram o tom um pouco mais otimista do Federal Reserve, o banco central dos EUA, como um dos fatores que contribuíram para desacelerar a queda nos mercados financeiros.
As Bolsas europeias desvalorizaram 2,5%, no caso de Paris, e 3,18%, na praça de Frankfurt, nos piores casos. Nos EUA, a Bolsa de Nova York, que chegou a cair mais de 2%, fechou com recuo de 1,15%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que também abriu com forte retração, encerrou o dia com uma modesta baixa de 0,24%, aos 67.005 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,4 bilhões.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,667, em alta de 0,30%, também num dia volátil. A taxa de risco-país marca 181 pontos, número 1,11% acima da pontuação anterior.
"O mercado não está fácil. Mas surpreendeu o fato de que muitos investidores continuaram na Bolsa, o que mostra que podemos ter atingido um suporte na Bovespa. Agora, o que nós precisamos ver é se esse 'estardalhaço' de notícias ruins tem uma pausa, porque os nervos dos investidores têm limites", comenta Laura Bartelle, analista da XP Investimentos.
Entre as principais notícias do dia, o Federal Reserve (o banco central dos EUA) manifestou uma visão um pouco mais otimista sobre os rumos da economia americana, pelo menos na comparação com o relatório publicado em fins de janeiro.
A instituição também reafirmou sua estratégia de manter as taxas de juros em níveis extremamente baixos (0,25% ao ano), num momento em que alguns economistas já comentavam as perspectivas de um aperto monetário, tendo em vista o impacto das commodities mais caras nos preços domésticos.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou uma expansão de 1,2% na atividade comercial em janeiro, ante um aumento de 0,2% em dezembro. Já na comparação com janeiro de 2010, o comércio cresceu 8,3%.
Na Europa, a agência de estatísticas apontou um crescimento de 0,1% no nível de emprego entre o terceiro e o quarto trimestre do ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2009, houve um incremento de 0,3%.