Bovespa volta a seguir mercado mundial e fecha em alta de 0,3% 23/03/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
Desta vez, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) acompanhou de perto a dinâmica dos demais mercados, num cenário de maior "calma" em comparação com o verdadeiro pânico que se abateu sobre as Bolsas na semana passada, com o drama nuclear no Japão e a crise da Líbia.
As ações da mineradora Vale se destacaram mais uma vez no pregão brasileiro, concentrando quase 20% do giro total do mercado. Investidores voltaram a procurar o papel, que ficou a preços atrativos após acumular quedas consecutivos, em parte devidos aos rumores sobre a "troca de guarda" na presidência da companhia.
"A ação da Vale é a mais recomendada entre os analistas. E é um papel que, mesmo que caia muito, você pode comprar que também sobe rapidamente. Não se pode fazer isso com qualquer ação", diz Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora. Mas ele observa que o mercado está atento, e reagindo mal, às especulações sobre a saída de Roger Agnelli.
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"É claro que esse tipo de notícia não é bem visto, porque mostra que a empresa, mesmo privatizada, também conta com um risco político, apesar de não tanto quanto a Petrobras", comenta.
Hoje, a ação preferencial da mineradora valorizou 1,47%, com movimento de R$ 956 milhões, quase o dobro do giro observado com as ações preferenciais da Petrobras (R$ 582 milhões), que também teve ganhos, de 1,02%.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avançou 0,32% no fechamento, aos 67.795 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,38 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,56%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,661, em queda de 0,12%, após oscilar entre R$ 1,666 e R$ 1,656 na jornada de hoje.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA reportou uma queda de 16,9% nas vendas de casas novas em fevereiro, o terceiro mês consecutivo de retração nesse indicador. Economistas projetavam um incremento de 2,1%.
O Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juros no Reino Unido em 0,5% ao ano. Embora tenha enfatizado um 'risco significativo' da inflação superar 5% nos próximos meses, a autoridade monetária manifestou dúvidas sobre o intensidade de recuperação econômica nos próximos meses.
No front doméstico, o IBGE apontou uma inflação de 0,60% em março, ante 0,97% em fevereiro, pela leitura do IPCA-15, visto como uma prévia do IPCA, o índice utilizado para o regime de metas do governo. Considerando os últimos 12 meses, o índice subiu 6,13%.
E o Banco Central revelou o fluxo cambial do país (a diferença entre saídas e entradas de dólares) atingiu a marca de US$ 34,7 bilhões neste ano (até o dia 18). O número é 42% maior que todo o saldo verificado em 2010.