Bovespa emenda quarto dia de alta e valoriza 2,2% na semana 01/04/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
Em seu quarto dia consecutivo de ganhos, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) retomou os patamares de preço praticados em janeiro, sem descolar da recuperação vista nas Bolsas europeias e americanas.
A geração mais robusta de emprego nos EUA animou os investidores. A fraqueza do mercado de trabalho americano era uma preocupação de dez entre dez economistas, em se tratando da maior economia mundial.
A Bovespa também contrariou os prognósticos mais pessimistas para esta semana, ao valorizar 2,2% neste período, o ganho semanal mais acentuado desde a segunda quinzena de fevereiro.
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Analistas estão moderadamente otimistas para o desempenho da Bolsa em abril. "Encerrada a safra de divulgação de resultados e com o primeiro trimestre do ano já fechado, as atenções ficarão voltadas para o comportamento das empresas neste período", comentam os analistas da Planner, notando que a Bovespa está "barata" na comparação com as Bolsas dos demais mercados emergentes.
Já área de análise da XP Investimentos chama atenção para a programação econômica deste mês. "Os dias serão movimentados pelas políticas monetárias mundiais. Aqui, termos o Copom (...) na nossa estimativa [a taxa Selic] deve sofrer aumento de 50 pontos base, indo para 12,25%. Na Europa, devemos ficar atentos as questões de dívidas que ainda pesam (...). Também esperamos um aumento na taxa de juros".
Também será necessário monitorar a retomada econômica dos EUA: "caso essa recuperação seja mais concreta, poderemos ver a retirada do programa de incentivo de compra de ativos por parte parte do Fed [o banco central americano]".
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, teve alta de 0,99% no fechamento, aos 69.268 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,78 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,46%.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,612, em decréscimo de 1,16%. Trata-se da menor cotação desde agosto de 2008. Já A taxa de risco-país marca 168 pontos, mantendo a pontuação anterior.
EUA
Em uma das notícias mais esperadas desta semana, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que a taxa de desemprego do país recuou para 8,8% em março, abaixo dos 8,9% esperados pelo mercado financeiro. Trata-se do terceiro mês consecutivo de queda deste indicador e a menor taxa desde março de 2009.
Foram criados 216 mil empregos em março, ante projeções de 190 mil.
A entidade privada ISM (Instituto de Gestão de Fornecimento, na sigla em inglês) reportou expansão do setor manufatureiro em março. O índice ISM para o setor teve uma leitura de 61,2 pontos em março ante 61,4 em fevereiro, quando esse indicador atingiu seu valor máximo em aproximadamente sete anos.
Pela metodologia desse instituto, qualquer leitura acima de 50 pontos indica aumento do nível de atividade. O resultado de março completou uma sequência de 20 meses de expansão para o setor manufatureiro.
No front doméstico, o IBGE apontou um crescimento de 1,9% para a produção industrial em fevereiro. A expansão em fevereiro é a maior desde março de 2010 (3,5%).
Mais cedo, uma influente sondagem privada na China mostrou crescimento do setor industrial. O índice que reflete o nível de atividade desse setor, conhecido como PMI, teve uma leitura de 53,4 pontos em março, ante 52,2 em fevereiro e 52,9 em janeiro. Esse crescimento interrompe uma sequência de três meses consecutivos de retração.