Bovespa fecha com perdas de 0,1% em sessão marcada por cautela 25/04/2011
- Folha Online
Sem notícias de maior peso, e com uma agenda econômica "carregada" a frente, o investidor optou por ficar de fora ou vender ações na rodada de negócios desta segunda-feira.
Alguns profissionais do setor financeiro acreditam que a última semana de abril ainda pode abrir espaço para alguma recuperação da Bolsa, ainda que "morna". "É possível que a Bolsa 'patine' por mais alguns dias, mas se o noticiário ficar um pouco mais tranquilo, o mercado pode recuperar um pouco. O que acontece é que os preços dos ativos estão muito depreciados", aponta Felipe Prandini, da mesa de operações da Elite Corretora, ressaltando que o fluxo de capital estrangeiro ainda está "muito fraco".
Analistas afirmam que a falta de dinheiro novo na Bolsa é um dos fatores que impedem a definição de uma tendência para o mercado acionário. E historicamente, o capital externo representa cerca de um terço dos negócios da Bovespa.
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O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, caiu 0,13% no fechamento, aos 66.972 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4 bilhões, bem abaixo da média do mês (acima de R$ 6 bilhões/dia). Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,21%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,583, em leve alta de 0,12%. Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,680 e comprado por R$ 1,520 nas casas de câmbio paulistas.
O Departamento de Comércio dos EUA reportou que as vendas de casas novas aumentaram 11% no mês passado, para um montante de 300 mil (base anual), após um período de três meses de retração desse indicador. Analistas de Wall Street, no entanto, esperavam uma taxa ainda maior, em torno de 12%.
O boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro elevou novamente suas previsões para a taxa de inflação, de 6,29% para 6,34% (mediana das estimativas). A estimativa aproxima-se do teto da meta do Banco Central, de 6,50%. Para 2012, a projeção de inflação se manteve inalterada em 5%.
Na quarta-feira, o Banco Central surpreendeu e elevou em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros do país, de 11,75% para 12% ao ano. Boa parte do mercado financeiro projetava um aumento de 0,50 ponto. A perspectiva é de que o BC estenda o período de aperto monetário.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial do país teve um deficit de US$ 694 milhões na semana passada, o reduziu o superavit acumulado neste mês para US$ 696 milhões. O superavit da balança comercial chegou a US$ 3,865 bilhões desde janeiro, ante resultado de US$ 1,658 bilhão para o mesmo período do ano passado.