Bovespa fecha em alta de 0,39%, no terceiro dia de ganhos 10/05/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) emendou seu terceiro dia de ganhos, mas ainda sem convencer analistas de uma recuperação mais forte desse mercado. Nesses três pregões, o "termômetro" do mercado, o Ibovespa, ganhou 2,3%.
Mais uma vez, o volume de negócios não foi muito alto -- de R$ 5,3 bilhões -- num possível sinal de que os investidores aproveitaram os preços mais baixos das ações, mas com cautela: à noite, Pequim deve divulgar uma bateria de indicadores econômicos fundamentais para definir o "humor" do mercado nos próximos dias.
A economia do gigante asiático é monitorada com atenção pelos participantes do setor financeiro.
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Se contrair demais, significa menor demanda por commodities, o que pode estragar o bom humor reinante nesses últimos pregões. Se aquecer demais, reforça o temor de pressões inflacionárias, e portanto, de que Pequim vai anunciar uma nova rodada de medidas para conter o crescimento.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,39% no fechamento, aos 64.876 pontos.
Para o profissional da Geraldo Corrêa Corretora, Lucas Gontijo, somente com um fechamento acima dos 65.500 pontos é possível vislumbrar uma tendência mais consistente de alta. "Abaixo desse valor, ainda é sinal que a pressão vendedora está mais forte que a pressão compradora", comenta.
Chamou a atenção do mercado a entrada de capital estrangeiro no início deste mês.
Até o dia 5, mais de R$ 450 milhões teriam migrado para a Bolsa brasileira entre compras e vendas de ações por investidores não-residentes. Analistas, porém, veem nesse comportamento somente um giro de oportunidade, para adquirir papéis a preços oportunos após a queda contabilizada na semana passada (uma desvalorização de 2,6%).
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,605, em um decréscimo de 0,92%, o maior declínio para a taxa cambial em mais de 30 dias.
O destaque do dia ficou por conta da forte desvalorização (7,12%) vista nas ações da Brasil Foods, gigante do setor alimentício. Um parecer do órgão de assessoria jurídica do Cade apontou restrições à fusão Sadia-Perdigão, que deu origem à holding
Na madrugada de hoje, a China informou um volume recorde (US$ 155,7 bilhões) em exportações no mês de abril, num crescimento de quase 30% (taxa anual) neste mês, ante um avanço de 21,4% das importações, que somaram US$ 144,3 bilhões. Com o resultado deste mês, o gigante asiático alcançou um superavit comercial de US$ 10,3 bilhões no acumulado deste ano, revertendo o deficit contabilizado no trimestre.
O Departamento de Comércio dos EUA comunicou um aumento de 2,9% nas vendas do setor atacadista em março; o nível de estoques teve um crescimento de 1,1%, ante expectativas de um incremento de 1%, por economistas do setor financeiro.
O IBGE apontou um aumento da produção industrial em sete dos 14 locais pesquisados, entre os meses de fevereiro e março. Somente em São Paulo, o crescimento verificado foi de 1,6% em março, e de 3,8% no acumulado deste ano.
EMPRESAS
O Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira lucro líquido de R$ 2,932 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com expansão de 24,7% no confronto com o mesmo período em 2010.
A ação ordinária valorizou 2,35%, enquanto as ações dos rivais privados Bradesco e Itaú-Unibanco tiveram ganhos de 1,57% e 1,82%, respectivamente.
Ontem à noite, a construtora e incorporadora Gafisa revelou um lucro líquido de R$ 13,7 milhões para o exercício do primeiro trimestre, o que representa um decréscimo de 79% sobre os resultados de um ano antes.
A ação ordinária teve alta de 3,38%, enquanto os papéis da PDG avançaram 1,21% e da Cyrela, 0,25%. Já a ação da MRV ascendeu 4,39%.