Bovespa fecha em queda de 1,20% e perde 1,8% na semana 13/05/2011
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) já acumula sua quinta semana quase consecutiva de perdas nos últimos dois meses, com as preocupações dos investidores sobre a inflação doméstica, novas medidas para conter o crescimento chinês, e a crise dos países europeus.
"Com certeza há investidores de olho em várias 'pechinchas' que apareceram no mercado. Mas se houver novos dias de alta, eles tendem a ser somente pontuais. No curto prazo, há pelo menos dois fatores muito importantes que devem pressionar a Bolsa: a China, e a saúde da zona do euro. A inflação, que já mostrou alguns sinais de desaquecimento, tem chances de ir para o segundo plano", sintetiza Renato Bandeira de Mello, gerente de renda variável da corretora Futura.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, caiu 1,20% no fechamento, aos 63.235 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,15 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cede 0,79%.
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Um dos destaques negativos do dia ficou por conta das ações da Positivo Informática, que desabaram 7,8%, após a empresa revelar um prejuízo de R$ 33,7 milhões no primeiro trimestre.
Outro destaque foram as ações da OGX, que ultrapassaram em volume financeiro as ações da Petrobras --R$ 484 milhões ante R$ 474 milhões no caso das ações preferenciais da estatal. Enquanto os papéis da empresa privada subiram 1,86%, os ativos da segunda caíram 0,67%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,633, em alta de 0,61%, após oscilar entre R$ 1,647 e R$ 1,613. Para profissionais do segmento de câmbio, as taxas tendem a oscilar entre R$ 1,60 e R$ 1,65 no curto prazo.
"O mercado começou a notar que as cotações estavam se sustentando acima de R$ 1,60. E quando vê que o dólar 'parou' de cair todo o dia, o especulador acaba entrando no mercado, reduzindo a posição vendida [que ganha com a baixa do dólar]", avalia Carlos Alberto Postigo, gerente do Banco Paulista para o segmento de dólar turismo.
O Departamento do Trabalho dos EUA revelou que a inflação atingiu 0,4% em abril, ante 0,5% em março, conforme a leitura do CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês). O número veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Ainda nos EUA, a sondagem da Universidade de Michigan indicou um aumento do nível de confiança do consumidor na economia. O índice que sintetiza as respostas dos trabalhadores ouvidos teve uma leitura de 72,4 pontos em maio (dado preliminar e sujeito à revisão), ante 69,8 pontos em abril. Economistas projetavam um número em torno dos 70 pontos.
Estatísticas oficiais apontaram que os 17 países da zona do euro tiveram um crescimento econômico de 0,8% no primeiro trimestre (na comparação com o trimestre anterior), puxado principalmente pela Alemanha, cujo PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 1,5%. O resultado é melhor do que o previsto por economistas do setor financeiro.
No front corporativo, o Grupo Pão de Açúcar anunciou um lucro líquido de R$ 135,6 milhões, em um decréscimo de 23,1% sobre o lucro contabilizado no primeiro trimestre do ano passado. Esse número exclui exclui os resultados da Nova Casas Bahia e da Nova Pontocom, criadas após a fusão com a Casas Bahia.