Bovespa sobe 1,3% no fechamento; ações de petróleo puxam alta 17/05/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou os negócios desta terça-feira em terreno positivo, na contramão dos mercados europeus e americanos.
Com queda de 9,3% neste ano (até o pregão de ontem), o mercado brasileiro de ações atraiu compradores apesar do cenário externo adverso: a crise dos países periféricos europeus está num momento delicado em relação à Grécia e Portugal, e os indicadores americanos divulgados hoje foram bastante frustrantes.
As ações do setor petrolífero ajudaram na recuperação da Bovespa: a ação ordinária da OGX disparou 7,80%, movimentando R$ 391,4 milhões, num dia em que a empresa comunicou que duas "acumulações" na Bacia do Parnaíba mostraram viabilidade comercial.
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Já as ações da Petrobras subiram 1,92% (preferenciais) e 1,59% (ordinárias), com um volume somado superior a R$ 600 milhões. Representantes da estatal admitiram que o plano de investimentos (2011-2015) pode ser revisto para baixo. Como o mercado teme que a empresa se endivide demais para cumprir o plano original, essa sinalização é uma boa notícia para uma parcela dos investidores.
Em relatório publicado hoje, a Planner estimou um preço-alvo de R$ 30,20 para a ação preferencial (hoje negociada por R$ 24,40); para o mesmo papel, a Concórdia projetou um preço-alvo de R$ 38,62.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, avançou 1,34%, aos 63.673 pontos. O giro financeiro foi de 5,41 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cedeu 0,55%. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em queda de 1,05%, enquanto a Bolsa de Frankfurt teve decréscimo de 1,77%.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,622, em um decréscimo de 0,61%. A taxa de risco-país marca 169 pontos, número 0,59% acima da pontuação anterior.
O US Census Bureau informou um forte decréscimo no montante de construções iniciais de casas nos EUA em abril: houve uma retração de 10,6% contra o número de março, e de 23,9% na comparação com o número contabilizado em abril do ano passado. O volume de licenças emitidas para novas construções também apresentou queda: houve um decréscimo de 4% na comparação com a cifra de março e de 12,8% sobre abril de 2010.
As taxas acima vieram bem piores do que o mercado projetava: economistas previam aumentos, ainda que modestos, para os dois indicadores.
Ainda nos EUA, o Federal Reserve (o banco central) revelou que a produção industrial do país teve uma retração de 0,4% em abril, ante um incremento de 0,8% em março. Economistas do setor financeiro projetavam um aumento de pelo menos 0,4%.
No front doméstico, o Ministério do Trabalho anunciou a abertura de 272 mil empregos formais em abril (entre contratações e demissões). De janeiro a abril, o Brasil criou 880.717 empregos, crescimento de 2,45% em relação ao mesmo período de 2010.