DIA A DIA

Bovespa fecha em queda de 1,31% e volta para níveis de julho
18/05/2011 - Epaminondas Neto - Folha Online

O mercado brasileiro de ações viveu "dois pregões" num dia só, na jornada desta quarta-feira. Pela manhã, os investidores "surfaram" na revalorização das commodities -- o petróleo voltou a bater US$ 100 -- acompanhando a alta vista nas Bolsas asiáticas e europeias, que se prolongou em Wall Street.

Mas à tarde, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) se descolou dos demais mercados e virou para o campo negativo, encerrando o dia abaixo dos 63 mil pontos, isto é, no nível de preços mais baixo desde 6 de julho de 2010.

"O que nós vimos foi um grande movimento dos investidores estrangeiros se desfazendo dos papéis mais líquidos [mais 'fáceis' de vender]. Muitos deles estão bastante 'vendidos' em Bolsa [com grandes apostas na baixa do Ibovespa] e contra esse fluxo, não há o que fazer", comenta Adriano Moreno, estrategista-chefe da Futura Investimentos.


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Os investidores "não-residentes" respondem por praticamente um terço dos negócios da Bolsa brasileira, e em geral, definem as tendências do mercado de ações doméstico. Desde o início do ano, analistas chamam a atenção para a "sangria" do capital estrangeiro na Bovespa, o que ajuda a explicar a queda de 8% no acumulado deste ano.

Alguns especialistas chegaram a se animar com o fluxo positivo visto nos primeiros dias deste mês -- R$ 1,3 bilhão até o dia 16 -- contando com uma reversão do comportamento predominante neste ano.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocedeu 1,31% no fechamento, aos 62.840 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,14 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,65%.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,612, em um decréscimo de 0,61%, a menor taxa registrada na sessão de hoje. O Banco Central revelou que a entrada de dólares no Brasil superou a saída e o fluxo cambial foi positivo em US$ 8,8 bilhões até a última sexta-feira. Trata-se de número seis vezes superior ao saldo registrado em todo o mês de abril.

A ata do Federal Reserve (banco central dos EUA) publicada hoje mostrou há consenso entre os integrantes de que a alta da inflação nesse país é "passageira" e que os "preços das matérias-primas estão se estabilizando".

O Departamento de Energia dos EUA apontou que as reservas de petróleo do país se mantiveram em torno de 370 milhões de barris, sem alteração sobre os números da semana passada.

A FGV apontou uma inflação de 0,66% em maio, ante 0,55% em abril, pela leitura do IGP-M, ainda em sua segunda estimativa preliminar. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação é de 10,03%, e de 3,57% no ano.

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