Bovespa emenda segundo dia de queda e já perde 10% em 2011 19/05/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
Em seu segundo dia consecutivo de baixa, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) acumulou uma desvalorização de 10% desde o início deste ano.
O mercado brasileiro de ações seguiu a mesma dinâmica dos pregões anteriores: a Bolsa valoriza pela manhã, mas poucas horas antes do encerramento do pregão, ordens de venda voltam a derrubar o índice de ações Ibovespa, que hoje retrocedeu para os menores níveis de preços desde 5 de julho.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocedeu 0,75% no fechamento, aos 62.367 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,30 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,36%.
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As ações da Petrobras, em franca recuperação nos últimos dias, foram um dos destaques negativos deste pregão, desvalorizando 1,90% no caso das preferenciais e 1,81% no caso das ordinárias.
Na mão inversa, as ações da Vale limitaram a queda de hoje: as ações preferenciais subiram 1,51%, respondendo sozinha por mais de 16% dos negócios realizados hoje.
As ações do setor imobiliário sofreram algumas das piores perdas do pregão, considerando somente os papéis mais negociados da Bolsa: a ação ordinária da MRV desabou 5,76%; a ação da Brookfield cedeu 3,90%, e da Cyrela, outros 3,44%.
"O mercado local está mirando ganhos de curto prazo, em movimento de baixa amplitude para realizar os lucros", constatava a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório distribuído pela manhã. Os profissionais da corretora ainda apontavam "o cenário ainda nebuloso no combate à inflação, e os juros altos", como alguns dos motivos para esse comportamento do investidor.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,617, em alta de 0,31%, após oscilar entre R$ 1,621 e R$ 1,608 na sessão de hoje.
O Departamento de Trabalho dos EUA reportou que a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego caiu: o total de pedidos iniciais recuou para 409 mil até a semana passada, em uma redução de 29 mil registros na comparação com o número anterior. Economistas do setor financeiro projetavam um número na casa dos 420 mil.
Ainda nos EUA, uma pesquisa privada apontou uma retração de 0,8% nas vendas de imóveis usados em abril, após seis meses de crescimento quase consecutivos nos últimos nove meses. Analistas do mercado projetavam um crescimento de 2%.
E uma sondagem do instituto Conference Board indicou piores condições para a economia americana nos próximos seis meses: o Índice de Indicadores Antecedentes, que busca refletir as perspectivas econômicas, retrocedeu 0,3% em abril, após uma expansão de 07% em março e de 0,9% em fevereiro. Economistas esperavam um aumento de 0,2%.
Esse indicador é elaborado a partir de informações como total de horas trabalhadas no setor manufatureiro, encomendas de bens duráveis, licenças emitidas para a construção civil e preços de ações.
No front doméstico, a Receita Federal informou que a arrecadação de tributos federais chegou a R$ 85,15 bilhões em abril, em uma cifra recorde para o mês. O total arrecadado no mês passado foi 19,05% maior do que o do mês de março e 10,34% maior do que abril de 2010, já descontada a inflação do período.