DIA A DIA

Bovespa fecha com pior "tombo" desde fevereiro
06/06/2011 - Epaminondas Neto - Folha Online

De olho nos indicadores decepcionantes publicados nos EUA na semana passada, o investidor enxergou quase nenhum motivo para retomar às compras no início desta semana. Dessa forma, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) levou um dos seus piores "tombos" diários desde o dia 9 de fevereiro.

Na semana passada, os mercados reagiram com temor à fraca geração de empregos nos EUA (abaixo de 60 mil vagas abertas) constatada pelo Departamento de Trabalho para maio, e publicada na sexta-feira. E no velho continente, permanecem as expectativas sobre o socorro financeiro à Grécia, em meio às especulações rumores sobre hipotética saída desse país da zona do euro.

"Está faltando dinheiro para compra", constata Luiz Gustavo Medina, economista da M2 Investimentos. "[A queda de hoje] não é somente resultado dos números de sexta-feira, mas da semana inteira. O noticiário está realmente negativo", comenta.


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Depois de amanhã, o Comitê de Política Monetária anuncia nesta quarta-feira a nova taxa básica de juros do país. Boa parte do setor financeiro projeta um ajuste de 12% ao ano para 12,25%. "O governo não tem muito o que fazer: subir 0,50 ponto está fora de questão. E é melhor nem pensar no ocorreria no mercado caso desse zero de ajuste", comenta.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, retrocedeu 1,98% no fechamento, aos 63.067 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,98 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 0,50%.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,583, em alta de 0,44%.A taxa de risco-país marca 174 pontos, 0,57% acima da pontuação anterior.

O boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, apontou que a maioria dos economistas revisou para baixo, pela quinta semana consecutiva, suas projeções para a inflação deste ano: a taxa prevista para o IPCA caiu de 6,23% para 6,22%. Para 2012, a projeção de inflação ficou inalterada em 5,10%.

Em reação às especulações sobre a Grécia, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou nesta segunda-feira que nunca sequer ser admitiu a possibilidade de expulsar o país mediterrâneo do euro.

"Para mim, seria como um crime contra o povo grego, que merece algo melhor", disse ele, citado por agências internacionais.

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