DIA A DIA

Bovespa fecha em queda de 0,29%; ações da BR Foods caem 6,5%
08/06/2011 - Epaminondas Neto - Folha Online

Em meio à expectativa pelo desfecho da reunião do Copom, e a confirmação de que a maior economia mundial se recupera em "câmera lenta", o investidor empurrou a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) novamente para o campo negativo.

Um dos maiores destaques negativos do dia, a ação ordinária da Brasil Foods desabou 6,5%, com um forte volume financeiro (R$ 353,8 milhões), sendo o terceiro papel mais negociado, atrás das ações da Vale e da Petrobras.

O mercado não gostou das sinalizações do relator do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Carlos Ragazzo, a respeito da fusão Sadia-Perdigão, com julgamento marcado para hoje, mas que foi adiado.


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Antes da sessão, ele advertiu sobre a necessidade de um "remédio" para o negócio, e durante o julgamento, recomendou a reprovação, por meio de um voto de 500 páginas, que demandou seis horas de leitura.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, caiu 0,29% no fechamento, aos 63.032 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,10 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,18%.

O diretor da Wagner Investimentos, José Raymundo Jr., vê alguma chance de recuperação (modesta) para a Bolsa brasileira no segundo semestre. "A Bolsa caiu no início do ano por causa dos juros, e mais tarde, por causa dos preços das commodities. Agora, o mercado está precificando que o Banco Central não deve subir tanto esses juros, e as commodities tendem a recuperar um pouco de preço, ainda que pouco", sintetiza.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,583, em alta de 0,19%, após oscilar entre R$ 1,589 e R$ 1,580.

Os investidores repercutiram hoje o "Livro Bege", documento elaborado pelo banco central americano sobre a economia do país.

O relatório reforçou o que vários indicadores econômicos divulgados nas últimas semanas já mostravam: a desaceleração da retomada dos EUA. Quatro das 12 divisões regionais do BC local reportaram um crescimento mais lento entre abril e maio. Apenas uma região (Dallas) apontou uma aceleração do crescimento.

Ontem, Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, já alertava para o ritmo de recuperação, que qualificou de 'desesperadamente lenta'.

No front doméstico, os investidores aguardaram o fim da reunião do Comitê de Política Monetária, que vai anunciar a nova taxa básica de juros do país. Boa parte do setor financeiro projeta um ajuste de 12% ao ano para 12,25%. A ansiedade se concentra, portanto, no comunicado pós-reunião, que pode trazer pistas sobre a trajetória futura dos juros.

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