Investidores antecipam que o parlamento grego deve aprovar nas medidas de austeridade fiscal, proporcionando um momento de alívio da crise europeia, o que ajudou as Bolsas de Valores a encerrarem os negócios no terreno positivo.
Não passou despercebido, porém, o volume baixo de negócios do mercado brasileiro, abaixo dos R$ 6 bilhões/dia, a média deste mês. Na visão de analistas do setor financeiro, o giro baixo é visto como um sinal explícito de "falta de convicção" dos investidores na recuperação da Bolsa.
O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, valorizou 0,33% no fechamento, aos 66.216 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,75 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,91%.
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"O mercado está muito devagar. O problema é que o cenário a frente não está nada claro", comenta Luiz Mourato, da mesa de operações da TOV Corretora. "Provavelmente, o pragmatismo vai falar mais alto e os parlamentares gregos vão aprovar o [plano de] ajuste fiscal, mas o mercado sabe que isso é um paliativo, não é uma solução de médio ou de longo prazo", acrescenta.
O profissional avalia que os mercados podem ganhar um pouco de fôlego no curto prazo, caso as Bolsas americanas antecipem resultados mais positivos para a temporada de balanços dos EUA, que ganha intensidade nas próximas semanas. A fabricante de alumínio Alcoa, uma das primeiras grandes empresas a abrir seus números, deve revelar seus resultados no dia 11.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,596, em queda de 0,49%. A taxa de risco-país marca 166 pontos, número 3,48% abaixo da pontuação anterior.
O Departamento de Comércio dos EUA informou que o nível de gastos das famílias se manteve estável em maio, após um crescimento de 0,3% em abril. Trata-se do pior desempenho para este indicador desde setembro de 2009. Já o nível de renda cresceu 0,3% em maio, pelo segundo mês consecutivo.
Economistas do setor financeiro projetavam um crescimento de 0,1% para o nível de gastos e de 0,4% para o nível de renda.
Já o PCE, o índice de preços baseado no nível de gastos (e muito importante para a política monetária dos EUA), teve variação de 2,5% em maio ante 2,2% em abril. Excluindo os preços de energia e alimentos (mais voláteis), esse índice apontou uma alta de 1,2% no mês passado ante 1,1% em abril. Os números vieram em linha com as expectativas do mercado.
No front doméstico, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que a maioria dos economistas do setor financeiro rebaixou as projeções para o IPCA de 2011 e 2012. Para este ano, a taxa prevista caiu de 6,18% para 6,16%. Para 2012, o prognóstico passou de 5,18% para 5,15%. A previsão para a taxa Selic no encerramento deste ano foi mantido em 12,50%.