Bovespa perde 1,3% no fechamento, mas mantém os 63 mil pontos 05/07/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
O mercado brasileiro de ações seguiu um script conhecido de analistas e investidores.
Após uma rara sequência de seis pregões consecutivos de valorização das ações, os participantes optaram por colocar no bolso os ganhos acumulados no período, e o índice Ibovespa ficou no campo negativo da abertura ao fechamento da sessão desta terça-feira.
À tarde, a notícia do rebaixamento do "rating" português também deu força para a ponta de venda no mercado brasileiro, alimentando a aversão ao risco.
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O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, desvalorizou 1,33% no fechamento, mas manteve a marca dos 63.038 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,98 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 0,10%.
As ações do setor imobiliário se destacaram no rol das perdas do dia. Os papéis de Brooksfield, Cyrela, Rossi e MRV sofreram baixas entre 1,95% e 4,55%.
No caso do Pão de Açúcar, maior protagonista do noticiário econômico nos últimos dias, a ação preferencial perdeu 1,92% no pregão de hoje. O governo sinalizou mais uma vez que não pretende se envolver com a negociação do grupo varejista brasileiro e os franceses Casino e Carrefour.
Já a ação preferencial da Petrobras sofreu baixa de 1%, apesar da estatal ter noticiado ontem à noite a descoberta de mais duas áreas na bacia do Espírito Santo, no bloco ES-M-525.
"Não foi informada a qualidade do óleo encontrado e também o potencial da área, por isto, fica difícil para o mercado avaliar o impacto desta descoberta nos resultados futuros da Petrobrás", avaliou a equipe de analistas da corretora Concórdia, que ainda recomenda "compra" para o papel, desde que o investidor tenha horizonte de médio e longo prazo.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,564, em um avanço de 0,70%, a primeira alta após seis dias de queda.
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou o 'rating' soberano de Portugal para 'Ba2', enquadrado no categoria 'grau especulativo', reservado para países (ou empresas) com maior probabilidade em suspender os pagamentos de seus compromissos financeiros.
Anteriormente, a 'nota' portuguesa era 'Baa1', da categoria 'grau de investimento', de menor risco de calote, a exemplo do 'rating' do Brasil.
A Moody's justificou a medida ao citar o alto risco de que o país necessite de mais ajuda financeira da União Europeia.
O Departamento de Comércio dos EUA informou hoje que os pedidos às indústrias aumentaram 0,8% entre abril e maio. Economistas projetavam um incremento de pelo menos 1%.
Ontem à noite, o ministro Guido Mantega (Fazenda) alertou que o governo estuda novas medidas para conter a desvalorização cambial. 'Medidas a gente não antecipa, a gente toma e depois comenta. Estamos de olho nesse problema [valorização do real]', afirmou, em palestra para investidores em Londres.