Bovespa retorna a níveis de maio de 2010, em sexto dia de queda 12/07/2011
- Epaminondas Neto - Folha Online
O "termômetro" dos negócios da Bolsa brasileira, o índice Ibovespa, ficou abaixo do patamar dos 60 mil pontos pela primeira vez desde 25 de maio de 2010, neste sexto pregão consecutivo de perdas no mercado de ações doméstico.
Apesar da desvalorização acumulada de quase 14% desde o início do ano, as ordens de compra ainda continuam artigo raro nas mesas de operações das corretoras de valores.
A crise europeia, a fraqueza da economia americana, e a perspectiva de novas pressões inflacionárias na economia doméstica alimentam a procura por risco.
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Nesta semana, a Itália ganhou os holofotes, sem que os problemas de Grécia, Portugal e os outros países periféricos do velho continente tenham saído da pauta.
"Não é correto comparar Itália, que tem problemas no setor bancário, com a Grécia, que tem dificuldades com a dívida soberana. Acho que o mercado está inflando um pouco o assunto. Enquanto no caso da Grécia, ainda temos que lidar com a perspectiva de um default' [calote]', acho que a Itália ainda não está numa situação em que necessite de um pacote [de socorro financeiro]", pondera Jason Vieira, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul.
O índice Ibovespa recuou 0,86% no fechamento, para os 59.704 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,75 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cedeu 0,47%.
As ações do setor bancário, além do setor de siderurgia e mineração, amargaram algumas das piores perdas do dia, considerando o rol dos papéis mais negociados.
Os papéis de Itaú, Santander e Bradesco sofreram baixas na casa dos 2%, enquanto as ações de CSN, Gerdau e Usiminas se desvalorizaram entre 2,3% e 4%.
O ganho modesto (0,24%) das ações preferenciais da Vale conteve um pouco a queda do índice. Somente esse papel movimentou mais de R$ 570 milhões em negócios (cerca de 11% do giro total da Bolsa).
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,580, em baixa de 0,12%.
O banco central americano apontou que a recuperação econômica continua, mas admitiu que esse crescimento está mais vagaroso que o esperado. A conclusão faz parte da ata de sua última reunião, quando manteve os juros básicos do país em 0,25% ao ano.
Considerando informações obtidas até abril, o BC dos EUA considera que o mercado de trabalho estava mais fraco que o previsto. E que embora a inflação tenha subido em alguns meses, a perspectiva de longo prazo permanece estável.
No front doméstico, o IBGE apontou um crescimento de 0,6% no volume de vendas em maio, ante abril. Na comparação com maio do ano passado, o aumento foi de 6,2%.
E o governo chinês divulga à noite os dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do país, produção industrial e vendas do setor varejista.