Bovespa fecha com perdas de 0,5%; ação da Petrobras sobe 2,3% 25/07/2011
- Folha Online
Sem uma definição à vista em relação ao impasse dos EUA sobre o teto da dívida, os investidores nas principais Bolsas de Valores optaram pela cautela.
As Bolsas europeias tiveram perdas entre 0,16% em Londres e 0,77% em Paris, enquanto na praça de Nova York o índice Dow Jones, de referência mundial, cedeu 0,70%.
No front doméstico, o termômetro do mercado brasileiro de ações, o Ibovespa, derreteu 0,50%, mais uma vez abaixo dos 60 mil pontos (exatamente, 59.970). O giro financeiro foi fraco --R$ 4,42 bilhões- revelando a pouca disposição dos agentes financeiros em correr riscos.
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A queda do índice somente não foi pior por conta dos papéis da Petrobras, que movimentaram aproximadamente R$ 800 milhões (preferenciais mais ordinárias) no pregão de hoje.
A ação preferencial, o ativo mais negociado da Bolsa, teve valorização de 2,3%, enquanto a ordinária subiu 2,2%.
Na sexta-feira, a estatal divulgou seu plano de investimentos para o período de 2011-2015, orçado em US$ 224,7 bilhões (R$ 389 bilhões). Analistas elogiaram o plano, porque mostrou um foco maior da companhia em exploração e produção (na comparação com o projeto divulgado anteriormente), contemplando um forte aumento nas metas de produção e um menor investimento em refino, uma demanda antiga do mercado financeiro.
Já o dólar comercial foi negociado por R$ 1,543 --uma queda de 0,64% nesta jornada, e de 2,2% somente nos últimos cinco dias. Segundo analistas, o fato dos preços terem caído abaixo de R$ 1,55 pode ter estimulado muitos agentes financeiros, que especulam com a moeda, a se desfazer da divisa, acelerando as perdas.
Também chamou a atenção alguns profissionais a relativa ausência de compradores na praça (com exceção do Banco Central), apesar dos preços baixos. "Eu não vi muitos importadores antecipando operações, como era habitual há algum tempo quando o dólar caia muito", comenta Reginaldo Galhardo, diretor da corretora de câmbio Treviso.
Pelo menos duas notícias muito importantes mexeram com os nervos dos investidores nesta rodada de negócios.
Primeiro, o novo rebaixamento da dívida soberana grega, desta vez pela agência Moody's. A "nota de risco" foi reduzida em três níveis, e colocada muito próxima do pior "rating" possível.
E as declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner, pressionando por um acordo entre republicanos e democratas para aprovar a elevação o teto da dívida federal no congresso, de modo a evitar um "default".
"Existe muita política envolvida, mas tem de ser feito --não há escolha, não há alternativas, o fracasso não é uma opção', afirmou ele.