Bovespa recua 1% no fechamento por cautela do investidor 26/07/2011
- Folha Online
Mais uma vez, as ações da Petrobras evitaram que o tombo da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fosse ainda pior.
À espera de um desfecho do imbróglio americano em torno do teto da dívida federal, os investidores não encontram motivos para retornar às compras, ainda que o Ibovespa (índice que reflete os preços das ações mais negociadas) acumule perdas de quase 14% desde o início do ano.
Somente hoje, o índice amargou queda de 1,05% no fechamento, batendo os 59.339 pontos. O giro financeiro continua moderado, abaixo dos R$ 6 bilhões, mostrando ainda a relativa ausência de "dinheiro novo" na praça.
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Lá fora não foi diferente: as Bolsas americanas tiveram fortes perdas: de 0,73% no caso do índice Dow Jones, e de 0,41% para o caso do índice mais abrangente, o S&P500, ambos de referência mundial para os investidores.
Ainda repercutindo a boa recepção do mercado ao novo plano de investimentos (2011-2015), a ação preferencial da Petrobras teve valorização de 0,68%, com um volume de negócios de R$ 600 milhões (11% do giro total), enquanto a ação ordinária subiu 1,22%, movimentando outros R$ 173,3 milhões.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,537 (queda de 0,38%), a menor taxa desde janeiro de 1999.
EMPRESAS
E num dia de poucos destaques da agenda macroeconômica, ganharam destaque alguns balanços importantes, a exemplo do conglomerado varejista Pão de Açúcar, uma das primeiras grandes empresas brasileiras a abrir os números do trimestre.
A ação preferencial teve perdas de 2,11%, no dia em que anunciou um lucro de R$ 91 milhões para o segundo trimestre, ante R$ 55,5 milhões um ano antes. Em teleconferência, executivos do grupo projetaram um segundo semestre provavelmente estável em termos de vendas.
'O segundo semestre costuma ser um pouco mais forte que o primeiro... Haverá pouca variação sazonal e ficará em linha com o primeiro', afirmou o vice-presidente executivo Hugo Bethlem.
Analistas do mercado saudaram os números operacionais da empresa --com aumento da receita e do número de lojas --mas fizeram reservas ao incremento das despesas e a piora do resultado financeiro.
Para o analista Rafael Cintra, da Link Investimentos, "já foi possível ver uma desaceleração nas vendas de bens duráveis devido ao aumento recente da taxa de juros". "Portanto, essa exposição a um setor mais sensível às medidas macroprudenciais nos faz manter o rating de 'market perform' para a ação, mesmo com a parte dos alimentos sendo uma boa proteção contra a inflação", acrescenta.
"Market perform" é uma recomendação feita para ativos financeiros do qual se espera um desempenho dentro da média do mercado.