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DIA A DIA
Bovespa fecha em queda de 0,49% com dados ruins nos EUA
01/08/2011
- Giuliana Vallone - Folha Online

Depois de começar o dia em alta, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) cedeu às pressões dos mercados internacionais e fechou a segunda-feira com desvalorização.
Dados ruins sobre a atividade industrial nos Estados Unidos se sobrepuseram à animação dos investidores com o anúncio, no domingo, de um acordo para elevar o teto da dívida norte-americana, gerando perdas nas Bolsas da Europa e EUA.
O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, teve caiu 0,49%, atingindo os 58.535 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,2 bilhões.
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Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, desvalorizou 0,09%, reduzindo as perdas na última hora de pregão -- o índice chegou a cair mais de 1% ao longo do dia.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,563, em um acréscimo de 0,57% no dia.
A atividade ida indústria norte-americana atingiu em julho o pior nível desde o fim oficial da recessão no país, em meados de 2009.
Segundo o ISM (instituto dos fornecedores americanos), um grupo privado que calcula o indicador, a atividade manufatureira americana caiu de 55,3 pontos em junho para 50,9 pontos em julho. No início deste ano, o indicador chegou a 60 pontos por quatro meses seguidos.
O indicador levantou novamente preocupações sobre o ritmo de crescimento da economia do país. Na semana passado, o Departamento de Comércio revelou que o crescimento do PIB dos EUA foi de 1,3% no segundo trimestre deste ano, ante expectativas de 1,8% de boa parte dos analistas do mercado. O aumento do PIB no primeiro trimestre foi revisto para baixo: de 1,9% para 0,4%.
Osmar Camilo, analista-chefe da Socopa Corretora, afirma que a indicação de que as notas de crédito da Espanha e da Itália pudessem ter rebaixamento também acabou prejudicando o mercado hoje.
DÍVIDA
Além disso, os investidores ainda operaram com cautela à espera da votação do acordo entre republicanos e democratas para elevar o teto da dívida dos EUA (hoje em US$ 14,3 trilhões) no Congresso. O país atingiu seu limite de endividamento em maio, mas o governo usou manobras para garantir o pagamento das contas até esta terça-feira. Isso significa que qualquer solução tem que ser dada até esta data.
A terça-feira deve ser um dia decisivo para os mercados financeiros. Para Camilo, caso o plano seja aprovado, a tendência é de repercussão positiva nos mercados, Em um segundo momento, porém, os investidores devem se concentrar nos detalhes do projeto, que inclui cortes de gastos nos próximos anos.
"A economia dos EUA está em recuperação e pode ser prejudicada pelos cortes de gastos', afirmou o analista. "Por outro lado, se o plano não for aprovado, a repercussão será bastante negativa."
INFLAÇÃO
No front doméstico, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que o mercado não alterou as previsões para a inflação oficial neste ano --o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)-- mantida em 6,31%. Para 2012, a projeção de inflação teve leve alta, passando 5,28% na semana passada para 5,30% hoje.
Além disso, o Ministério do Desenvolvimento anunciou que a balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 3,135 bilhões em julho. Esse valor é 29,2% menor do que o registrado em junho, quando o superavit foi de US$ 4,430 bilhões. O saldo de julho ficou 133% acima do registrado no mesmo mês de 2010 (US$ 1,34 bilhão).


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