Bovespa fecha com alta de 0,24% e encerra semana com ganho de 1% 12/08/2011
- Bianca Pinto Lima - Agência Estado com Reuters
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão desta sexta-feira em alta de 0,24%, aos 53.473,35 pontos, encerrando a semana com ganho de 1%. No mês, contudo, o Ibovespa ainda acumula perda de 9,09% e, no ano, de 22,84%.
A semana que começou com fortes quedas em todos os mercados do mundo após o rebaixamento da nota de risco dos Estados Unidos terminou de forma mais amena. Os temores com a economia mundial, no entanto, persistem. Dúvidas sobre a duração da crise nos Estados Unidos e na Europa e a possibilidade de uma nova recessão mundial continuará levando instabilidade às bolsas.
“Passamos apenas pelo primeiro round, mas ainda teremos vários. O fato é que mesmo com o rebaixamento do rating, os Estados Unidos continuaram como porto seguro, com os juros dos títulos caindo. Os investidores enxergaram que o mercado do país é muito forte e que será difícil substituir a liquidez dos títulos norte-americanos. Isso foi decisivo para o desempenho das bolsas essa semana”, afirma Raffi Dokuzian, superintendente da Banif Corretora.
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No mercado doméstico, os investidores aproveitaram a turbulência para partir para as compras. “Após a queda muito forte do Ibovespa, várias ações ficaram abaixo do valor patrimonial. Além disso, a maioria das grande empresas veio com bons resultados. E, para completar, existe uma sinalização do Banco Central de queda do juro em 2011, o que facilita os investimentos em renda variável”, explica Dokuzian.
Dólar fecha em baixa de 0,25%
O dólar caiu pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, embora ainda acima de R$ 1,60 real, refletindo a diminuição da turbulência no mercado internacional após uma semana de intensa volatilidade. A moeda norte-americana encerrou cotado a R$ 1,6130, em queda de 0,25% em relação aos últimos negócios de ontem.
Operadores destacaram a tímida oscilação da moeda, em contraste com a montanha-russa do começo da semana. O volume também diminuiu. No mercado futuro, onde se concentra a maior parte da liquidez no mercado de câmbio, o contrato com vencimento em setembro teve 263 mil papéis negociados até as 17h, a uma hora do fechamento, ante 471 mil na quinta-feira e 689,7 mil na terça, dia de maior giro.
“Hoje está sendo um dia de descanso em função da semana. Deu uma trégua”, disse o operador da corretora Renascença José Carlos Amado. “A percepção que eu tenho é que esse patamar de 1,61 (real), 1,62 (real), é uma zona confortável.”
O clima mais ameno foi garantido pela preocupação menor com a crise na Europa. A venda a descoberto de ações foi proibida em alguns países da região, diminuindo a especulação com ações de bancos, e a Itália anunciou detalhes do plano fiscal que prevê déficit zero até 2013.
Dados relativamente fortes sobre as vendas no varejo dos Estados Unidos também ajudaram, embora a queda da confiança do consumidor norte-americano ao menor nível já registrado para um mês de agosto tenha manchado um pouco o otimismo.