Ausência de notícias negativas faz Bovespa abrir em leve alta 15/08/2011
- Bianca Pinto Lima com Yolanda Fordelone- Agência Estado com Folha Online
Em momentos de crise, a falta de notícias negativas mais fortes significa alívio aos mercados acionários e esse é justamente o cenário desta segunda-feira, 15. Com dados fracos na agenda, especialistas esperam um novo pregão de alta, mas ainda volátil.
A Bovespa abriu o pregão desta segunda-feira com avanço de 0,01%, a 53.478 pontos. “O Índice Futuro não indicava uma tendência, estava praticamente zerado, mas o futuro de Nova York sobe”, diz o diretor técnico da corretora Geral, Ivanor Torres, ao afirmar que a Bolsa brasileira pode seguir os mercados nos EUA hoje.
A forte queda do Ibovespa de 8,08% na segunda-feira passada foi seguida de quatro pregões de alta. Após muita volatilidade, o Ibovespa – principal índice de ações do mercado brasileiro – fechou a semana com valorização de 1%. Mas o mercado ainda está instável e analistas ainda não estão otimistas.
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“Os investidores se acalmaram um pouco. O momento de pânico passou, mas não podemos esperar notícias positivas”, diz Torres. Segundo ele, ao primeiro sinal negativo, os mercados podem voltar a recuar. “O que se viu nos últimos dias foi muita especulação. Alguns ativos se depreciaram muito. Foi natural a volta às compras de ações e o movimento de ajuste técnico.”
O dia começou com um clima positivo devido à queda mais fraca do que esperada do PIB japonês no 2º trimestre. O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio adicionou 122,69 pontos, ou 1,4%, e fechou aos 9.086,41 pontos.
Mas o clima externo positivo pode mudar com a divulgação do índice de atividade Empire State, que mostrou que a atividade manufatureira nos EUA caiu -7,72 em agosto, ante previsão de 1,5.
Ainda na agenda, está previsto para às 11 horas o anúncio do índice de atividade industrial dos EUA em julho. O analista afirma que o indicador deve mostrar uma redução lenta da atividade. Mais cedo, o jornal Financial Times publicou uma reportagem em que afirmava que a indústria norte-americana se prepara para entrar em nova recessão.
“Os problemas evidenciados na semana passada se mostraram sérios e só serão resolvidos a longo e médio prazos”, avalia Torres.
comercial abre em baixa de 0,62%, a R$ 1,603*
O dólar comercial abriu em baixa de 0,62%, a R$ 1,603, no mercado interbancário. Às 10h04, a divisa cedia 0,43%, a R$ 1,606, após ter fechado em queda de 0,25% a R$ 1,613, na sexta-feira. O dólar à vista na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) tinha baixa de 0,69%, a R$ 1,601. O mercado acompanha a recuperação das bolsas internacionais e do euro hoje.
Até agora, as notícias externas sugerem um clima mais ameno. O Comissário Europeu para assuntos econômicos e monetários, Olli Rehn, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal alemão Bild, disse que Itália, Espanha e França não vão precisar recorrer aos fundos de resgate da Europa porque estão tomando as medidas corretas para recuperar a confiança dos mercados.
O governo espanhol, por sinal, convocou duas reuniões extraordinárias do gabinete, em 19 e 26 de agosto, para acelerar as medidas que lhe permitirão levantar cerca de 20 bilhões de euros em aumento de receitas e corte de gastos até o fim deste ano, segundo informou o jornal El Pais. Diante deste cenário, o euro recupera-se.
Nos EUA, uma pesquisa trimestral do jornal USA Today com 39 economistas mostra que a probabilidade de a economia norte-americana entrar em outra recessão aumentou significativamente e agora está em 30% - o dobro da que registrou há três meses.