Bovespa fecha em queda de 0,60% após cinco sessões em alta 16/08/2011
- Giuliana Vallone - Folha Online
Depois de cinco dias de alta consecutiva, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em baixa nesta terça-feira, influenciada pela queda nos mercados no exterior.
Hoje, o Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, caiu 0,60%, atingindo os 54.323 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,91 bilhões --bem menor que nos últimos dias, quando os negócios chegaram a passar de R$ 10 bilhões.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve queda de 0,67%. O Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, caiu 1,24%, enquanto o índice ampliado Standard & Poor's 500 registrou desvalorização de 0,97%.
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O dólar comercial foi negociado por R$ 1,592, na venda, em alta de 0,06%.
De acordo com a equipe de pesquisa da Planner Corretora, havia previsão de desvalorização desde o início da sessão, com a divulgação de dados fracos sobre o crescimento da economia alemã e a expectativa do mercado sobre a reunião do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Após o encontro, os líderes anunciaram que planejam instaurar um imposto comum sobre transações financeiras e um governo conjunto de política econômica para conter a crise. Mas não propuseram aumentar o fundo de ajuda aos países da região ou vender títulos da zona do euro.
De acordo com analistas, os investidores viram nos comentários pouca coisa que efetivamente resultaria em uma solução para o problema, que já afeta a região há mais de um ano.
A queda da Bovespa, porém, foi reduzida ao final do pregão --o índice chegou a cair mais de 2% pela manhã. De acordo com a Planner, esse movimento foi influenciado pela compra de ações por parte de investidores que enxergam boas opções no mercado, em meio à baixa da Bolsa.
"Depois de vários pregões em alta, tivemos uma realização de lucros, o que acaba sendo saudável", disse a corretora. "A tendência ainda continua sendo de volatilidade. Não dá para fugir dela."
PIB
A Alemanha, a principal economia da zona do euro, divulgou hoje que o PIB (Produto Interno Bruto) ficou praticamente estável no segundo trimestre, afetando o crescimento da região.
A economia alemã cresceu 0,1% no segundo trimestre deste ano em relação aos primeiros três meses do ano. As estatísticas ficaram abaixo das expectativas de analistas, que estimavam um crescimento de 0,5% no segundo trimestre.
Com a estagnação da França e a alta tímida da Itália (0,3%) e Espanha (0,2%), a economia da zona do euro como um todo também cresceu menos que o previsto no segundo trimestre.
A agência de estatísticas Eurostat estimou que o PIB dos 17 países do euro avançou apenas 0,2% no período entre abril e junho sobre o trimestre anterior. A previsão do mercado era de um crescimento de 0,3%. O resultado ficou bem abaixo do primeiro trimestre, quando a economia regional se expandiu 0,8%.
Nos Estados Unidos, relatórios divulgados hoje deram novos indicadores contraditórios sobre a economia norte-americana. O mercado imobiliário continua fraco, mas a produção industrial cresceu no mês passado em seu maior ritmo desde que o terremoto no Japão, em março, afetou o setor manufatureiro global.
A produção industrial subiu 0,9% no mês passado, informou o Federal Reserve (Fed, banco central americano), mais que o dobro da alta de 0,4% registrada em junho. Economistas consultados previam um avanço de 0,5% em julho.