Bovespa fecha estável em mais um dia de forte volatilidade 22/08/2011
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou perto da estabilidade nesta segunda-feira, depois de mais um dia de forte oscilação no mercado doméstico e no exterior. A Bolsa chegou a subir mais de 2% no início da sessão e registrou leve alta até a última hora do pregão.
O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, caiu 0,01%, atingindo os 52.440 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,66 bilhões -- abaixo da média.
O dólar comercial foi negociado por R$ 1,605, na venda, em alta de 0,18% no dia. A moeda chegou a cair para R$ 1,591 ao longo do dia. Já o dólar turismo foi vendido por R$ 1,710 e comprado por R$ 1,540 nas casas de câmbio paulistas.
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Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve alta de 0,34%. O Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, subiu 0,15%, enquanto o índice ampliado Standard & Poor's 500 registrou valorização de apenas 0,02%.
As ações ao redor do mundo sofreram uma forte onda de vendas nas últimas semanas, prejudicadas pelo crescente temor de recessão nos EUA e uma possível difusão da crise da dívida na zona do euro.
Entre as principais notícias do dia, foi divulgado hoje pelo Banco Central que o mercado elevou a previsão para a inflação oficial para este ano e reduziu a estimativa para crescimento do PIB, segundo o boletim Focus.
A estimativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano passou de 6,26% na semana passada para 6,28% nesta semana. A projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) teve recuo mais acentuado passando de 3,93% na semana passada para 3,84% hoje na previsão para 2011
Também foi divulgado que o estoque da dívida pública federal caiu 3,93% no mês de julho, passando de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,73 bilhão. Com o agravamento da crise econômica mundial, os investidores migraram no mês passado para os papéis com remuneração atrelada à taxa básica de juros (Selic), cuja participação subiu de 30,91% para 32,61%, próximo do teto da meta para a fatia desses títulos em todo o ano (33%).
EUA
Já entre os destaques no exterior, o Índice Nacional de Atividade dos EUA subiu do nível revisado de -0,38 em junho para -0,06 em julho. O número originalmente anunciado para junho havia sido pior, de -0,46. A média móvel trimestral do índice, que é considerada mais representativa, melhorou de -0,54 em junho para -0,29 em julho.
O governo japonês também informou hoje que vai agir, se necessário, para conter uma valorização acentuada do iene. A afirmação partiu do ministro das Finanças do país, Yoshihiko Noda. Ele comentou que a moeda japonesa parece estar se fortalecendo e que as autoridades monetárias vão intervir se for preciso.
Os investidores devem operar nesta semana na expectativa do discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, na sexta-feira, durante a reunião anual da autoridade monetária em Jackson Hole, Wyoming.
Alguns operadores do mercado esperam que o Fed anuncie novas medidas de estímulo, depois que o BC prometeu neste mês manter as taxas de juros em patamar próximo de zero por pelo menos mais dois anos e afirmou que iria considerar mais ações para ajudar a estimular o crescimento.
Em entrevista nesta segunda-feira, porém, o economista-chefe do banco Santander, Maurício Molan, afirmou que não devem ser anunciadas novas medidas no discurso de Bernanke.
"A reunião de sexta deve frustrar o mercado", disse. "Quando o QE2 [quantitative easing 2, o último programa de estímulo anunciado pelo BC] foi anunciado, havia preocupação com a deflação no país, o que não existe agora."
Na semana passada, os EUA divulgaram que a inflação ao consumidor no país subiu 0,5% em julho, contra queda de 0,2% em junho. O índice, influenciado pelo aumento nos preços de alimentação, vestuário e combustíveis, teve a maior alta desde março.